Publicação
Long-Haul Travel Barometer 1/2025
A ETC – European Travel Commision divulgou a 1.ª vaga de 2025 (janeiro-abril) dos resultados do seu barómetro de viagens Long-Haul, num dos seus recentes inquéritos com periodicidade quadrimestral. Os mercados-alvo deste estudo são: Brasil, China, Japão, Rússia, Estados Unidos da América e Coreia do Sul. A amostra foi constituída por 7.087 entrevistas online a potenciais viajantes, considerados representativos para cada um dos mercados, sendo que 1.948 referiram ser muito provável que viagem para a Europa nos próximos quatro meses. Anualmente, serão analisados três horizontes temporais de viagem: janeiro-abril; maio-agosto e setembro-dezembro.
Este barómetro tem por objetivo avaliar no período de janeiro-abril:
- Intenções de viajar para fora da sua região de residencial habitual;
- Preocupações e dificuldades relativamente às viagens;
- Critérios relevantes para a seleção dos destinos de viagem;
- Preferências de viagem no que respeita aos destinos, tipo de experiências e modos de transporte.
Principais Resultados:
Intenções de viagens para a Europa
Extraído de: ETC, Long-Haul Travel Barometer, 1/2025
• Entre os cidadãos dos principais mercados de Long Haul, 36% planeiam realizar uma viagem de longa distância nos próximos quatro meses, o que representa uma redução significativa de 7 pontos percentuais em relação a igual período do ano passado, quando 43% pretendiam viajar. 28% planeiam visitar a Europa, uma queda significativa de 7 pontos percentuais em relação a janeiro-abril de 2024, quando 35% tinham intenção de visitar a Europa;
• Na China, o sentimento de viagem é mais forte, com 55% dos inquiridos a planear uma viagem à Europa. Trata-se de um aumento de 5 pontos percentuais em relação ao ano anterior (50%), embora não seja significativo;
• Os brasileiros apresentam o 2.º maior nível de intenção de visitar a Europa nos próximos meses (37%), uma queda significativa de 12 pontos percentuais face aos 49% de 2024;
• Os australianos (30%) e os canadianos (23%) estão menos positivos em relação aos planos para viajar para a Europa no início de 2025. Isto representa uma queda significativa de 9 pontos percentuais em relação ao ano passado para a Austrália (39%) e 5% para o Canadá (28%);
• As intenções de visitar a Europa nos próximos quatro meses são modestas para os mercados da Coreia do Sul (20%) e dos EUA (18%), uma queda significativa de 36% e 28%, respetivamente. Para os EUA, esta é a intenção de viagem mais baixa registada para o período de janeiro a abril nos últimos 5 anos. Na Coreia do Sul, as intenções de viagem têm vindo a diminuir constantemente desde que o mercado foi incluído neste inquérito em dezembro de 2023. O Japão tem a intenção mais baixa, de 10%, e o mercado caiu significativamente 4 pontos percentuais em relação aos 14% do ano passado;
• Em resumo, com exceção da China, a intenção de visitar a Europa diminuiu significativamente em todos os mercados. Entre os cidadãos chineses, a intenção aumentou, mas o resultado não é significativo quando comparado com a mesma vaga em 2023;
• A maioria dos viajantes planeia visitar mais do que um país europeu (94%), o que representa um aumento significativo de 14 pontos percentuais em relação ao ano passado, e esta tendência parece estar a aumentar em todos os principais mercados, embora o aumento seja apenas significativo na Austrália e no Brasil.
Fatores que impulsionam e dificultam as viagens para a Europa
Extraído de: ETC, Long-Haul Travel Barometer, 1/2025
• Os três principais critérios para a seleção de um destino de férias europeu são a segurança (42%), os locais imperdíveis (41%) e as infraestruturas turísticas de qualidade (40%). A segurança e as infraestruturas turísticas de qualidade diminuíram significativamente de importância em comparação com o ano passado, enquanto os locais imperdíveis aumentaram de forma significativa e pareceram mais importantes;
• A acessibilidade continua a ser o principal obstáculo às viagens para a Europa, referida por 38% dos inquiridos em todos os mercados. Os inquiridos mais jovens, em particular, têm muita dificuldade em suportar os elevados custos envolvidos nas viagens. Uma pequena proporção dos inquiridos está preocupada com o conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia (4%) e com o potencial impacto das tensões no Médio Oriente na segurança das viagens na Europa (3%). Os inquiridos mais velhos são os mais preocupados com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Uma proporção muito pequena (2%) dos inquiridos que não esperam viajar para a Europa nos próximos quatro meses está preocupada com a pegada de carbono associada aos voos de longo curso;
• Os três fatores que tornam um destino seguro, de acordo com os viajantes de longa distância, são as baixas taxas de criminalidade (43%), a segurança visível (41%) e os estabelecimentos turísticos limpos e bem conservados (41%). A estabilidade política e os residentes amigáveis também são importantes.
Preferências de viagens
Extraído de: ETC, Long-Haul Travel Barometer, 1/2025
• O lazer é o motivo mais comum para visitar a Europa, com 76% em todos os principais mercados, com outros motivos bastante menos considerados como sejam visitar amigos e familiares (10%) e para negócios (9%);
• A duração de viagem mais popular é de 7 a 14 noites, representando 60% dos inquiridos. 23% planeiam viagens mais curtas até 7 noites, enquanto 11% ficarão no destino durante 15 noites ou mais. Em comparação com o ano passado, uma fatia significativamente maior espera ficar menos de 7 noites;
• Uma parte significativa (42%) dos inquiridos prevê gastar entre 100 e 200 euros por pessoa por dia na sua próxima viagem à Europa. Este é um aumento significativo em comparação com o ano passado;
• As três principais categorias de gastos em que os viajantes para a Europa esperam gastar mais são: alimentação (67%), compras (53%) e atividades (50%). As três principais categorias de orçamento variam de acordo com o mercado de origem, com exceção da China, em que a principal categoria de orçamento são as compras, nos restantes mercados é a alimentação;
• A cultura e a história continuam a ser as atividades mais populares para futuras viagens pela Europa, com 38% dos inquiridos a referi-las como prioritárias. Seguem-se as experiências gastronómicas (36%) e a vida na cidade (35%). As três principais atividades permanecem as mesmas, independentemente de estar a visitar a Europa pela primeira vez ou de já ter estado anteriormente;
• As atrações turísticas mais populares nos destinos europeus são as atrações urbanas e naturais, ambas com 40%, seguidas pela gastronomia e locais culinários (36%) e locais históricos (35%). Os viajantes dos EUA, Canadá, Japão e Austrália são mais propensos do que outros mercados a querer visitar edifícios/sítios arquitetónicos europeus.
Notoriedade de Portugal
Crédito: Voronchuk Daria/Getty Images
Um aspeto introduzido nos relatórios mais recentes, face aos momentos anteriores, é a identificação dos países potencialmente alvo da preferência dos viajantes não europeus para os próximos meses. Neste ponto a França e a Itália lideram as preferências, seguidos da Espanha e Alemanha.
Portugal faz parte do Top-10 de preferências, variando o nível de preferência entre os 5% e os 51%, consoante os mercados. A análise cronológica dos últimos 6 relatórios, correspondentes aos dois últimos anos, mostra uma clara subida das intenções dos viajantes com origem nestes mercados longínquos em considerar Portugal como destino tuístico, em próximas viagens à Europa.
Em cinco dos sete mercados analisados, há uma evidente melhoria dos resultados relativamente ao destino Portugal, as exceções a esta tendência são os Estados Unidos da América e a China, que não apresentando melhorias ao nível das preferências dos viajantes, também não pioram, mantendo um nível estável. Nos mercados que apresentam melhorias de resultados, merecem destaque duas situações distintas. Por um lado, o elevadíssimo nível de preferência, que neste momento ultrapassou os 50%, entre os viajantes brasileiros, que vêm afirmando de forma crescente e consolidada a sua preferência por Portugal, usando o nosso país não só enquanto destino, mas também como porta de entrada no continente europeu e daqui partirem para outros destinos europeus. A segunda referência é para os mercados do Canadá e Coreia do Sul, que evidenciam aumentos notáveis do número de referências a Portugal, no intervalo de tempo considerado, aproximando-se dos 20%.
Os destinos europeus são reconhecidos por oferecem elevados níveis de segurança, atrações icónicas e bons equipamentos e infraestruturas, que se espera venham a constituir fatores de atração para viajantes estrangeiros durante 2025, ainda mais do que em anos anteriores.
Consulte o relatório completo:
Long-Haul Travel Barometer 1/2025