CHINA
Perfil do mercado
População e caracterização sócio-económica
Em 2023, a China tinha 1 409,67 milhões de habitantes. Estima-se que a sua população totalize 1 398,39 milhões em 2028.
Em 2023, a China foi a 2.ª maior economia a nível mundial, de acordo com os dados da GlobalData Macroeconomic.
Dimensão e caracterização do turismo para o estrangeiro
Em 2019, a China foi o 1.º maior mercado emissor de turistas a nível mundial, com 154,4 milhões de viagens (+3,3% face ao ano precedente). A quota alcançada foi de 7,8% relativamente ao mundo, e de 70,1% em relação ao continente asiático, antes da pandemia.
Em 2020, registou uma quebra de 86,9% em resultado da pandemia, consolida-se esta tendência nos anos seguinte, observando-se um decréscimo de 63,5% em 2021, invertendo-se em 2022 com um aumento de 25,4% consolidado em 2023 com um aumento expressivo de 627,1%, observando-se um nível inferior face a 2019 (-56,3%).
Em 2023, a China ocupou o 4.º lugar no ranking dos mercados emissores concentrando uma quota de 7,9%, totalizando 67,4 milhões de viagens.
Em 2023, nos fluxos de Outbound da China para os seus principais top 10 destinos, Hong Kong ocupa a 1.ª posição concentrando uma quota de 17,4%, seguem-se Macau (13,2%), Tailândia (6,3%), Japão (3,3%), Coreia do Sul (2,9%), Malásia (2,0%), EUA (1,5%), Emirados Árabes Unidos (1,4%), Indonésia (1,0%) e Alemanha 0,8%).
Portugal posiciona-se no 29.º lugar com uma quota de 0,2% e no continente europeu ocupa o 12.º lugar. Cerca de 83,7% do total dos fluxos de outbound estão concentrados no continente asiático, o continente europeu abrange 11,6%.
As principais áreas emissoras de turistas internacionais coincidem com as chamadas cidades urbanas com maiores níveis de rendimento per capita e industrialização do país, como Cantão, Xangai, Pequim, Jiangsu, Zhejiang e Fujian se converteram nas principais emissoras de turistas, só Cantão concentra 67,5% do turismo emissor.
Por sua vez, 19,7% das viagens ao exterior realizadas pelos turistas chineses foram por via aérea, 73,4% reportaram a viagens por via terrestre e 6,9% através de viagens marítimas, em 2023.
A estada média no estrangeiro foi de 7,4 dias. Os turistas chineses que viajam em famílias, grupo, casais e individualmente, concentraram uma quota de 53,1%, 24,6%, 14,1% e 8,2% respetivamente, do total das viagens para o estrangeiro. Nesse ano, a faixa etária dos 15 aos 24 anos é a mais representativa (quota 27,2%) seguida da faixa dos 25-34 anos (24,5%) e da dos 35-49 anos (18,0%).
A motivação Lazer nesse ano concentrou 75,4% do total das viagens dos residentes da China ao estrangeiro (inclui Lazer e Visit Friends and Relatives), a motivação de negócios totalizou uma quota de 20,6% e outros motivos os restantes 4,0%.
Em termos globais de sazonalidade, as deslocações dos residentes chineses ao estrangeiro, distribuem-se em: época alta (julho a setembro) com 26,3%, época baixa (janeiro, fevereiro, março, novembro e dezembro) com 41,8% e a época média com 31,9%.
Os gastos totais ao estrangeiro por parte dos turistas chineses no estrangeiro diminuíram consideravelmente em 2020 devido ao impacto que o COVID-19 teve nas viagens ao exterior. O gasto total registou uma quebra anual de 86,9% face a 2019, registando um novo decréscimo no ano seguinte de 61,0%.
O gasto total registou uma quebra anual de 85,7% face a 2019, registando um novo decréscimo no ano seguinte de 63,8%. Em 2022, os gastos totais ao estrangeiro por parte dos turistas com origem na China registaram um crescimento de 22,0% face ao ano anterior, e em 2023 (131,5 mil milhões USD) observou-se um aumento expressivo na ordem de 621,5%, mas registam um nível inferior ao observado em 2019 (54,6%). Nesse ano o mercado chinês ocupou a 1.º posição, concentrando uma quota de 13,0%.
Os gastos no exterior com o Retalho registaram a quota de mercado mais elevada (29,7%), seguido dos gastos com o Transporte (16,0%), a Intermediação Agências de viagens e operadores (14,7%), da Restauração (11,24%) e do Alojamento (9,5%), em 2023. O gasto médio diário no exterior de viagem foi de 264,4 USD.
Portugal posiciona-se no 49.º lugar no total dos fluxos aéreos outbound do mercado, (Taxa de crescimento +295,1%; quota de 0,1%; 29 631 turistas no período de 14 de agosto de 2023 a 11 de agosto de2024.
Lisboa posiciona-se no 75.º lugar em termos de ranking de cidades (Taxa de crescimento +297,8%; quota de 0,1%; 27 624 turistas) e Porto no 230.º lugar (Taxa de crescimento +253,0%; quota de 0,02%; 1 885 turistas.
Neste período, as companhias aéreas que transportaram turistas chineses para Portugal foram: Beijing Capital Arlines (quota 58,7%), Emirates Airline (quota 11,5%), Lufthansa (quota 9,7%), Klm Royal Dutch Airlines (4,0%) Turkish Airlines (4,0%), Air France (3,8%) e outros (8,4%).
A principal cidade chinesa de origem do voo para Portugal foi Hangzhou (quota de 54,2%), seguido de Shanghai (18,8%), Beijing (17,6%), Guangzhou (4,9%) e outras cidades (4,5%). Quota na motivação de viagem de Lazer do turista chinês em Portugal (94,3%) e em Negócios (5,7%).
O Turista chinês registou uma permanência média de 10,5 noites em Portugal (dados Forwardkeys): 1-3 noites (7,1%), 4-7 noites (66,2%), 2 semanas (14,8%), 3 semanas (4,5%) e mais de 4 semanas (7,5%).
Dimensão do grupo de turistas chineses em Portugal :12,0 visitantes em média | 1 pessoa (18,9%); 2 pessoas (18,0%); 3-5 pessoas (17,2%); 6-9 pessoas (4,8%) e +10 pessoas (41,1%).
Canais de Distribuição na compra de bilhete de avião Direto (33,0%).
Indireto (67,0%) - Tipo de agências de viagens Corporate TA (7,1%); Retail TA (61,5%), Online TA (31,4%).
Dimensão do mercado em Portugal
A China posiciona-se, em 2023, como o 16.º mercado turístico para o destino Portugal aferido no indicador hóspedes (quota: 1,0%) e o 21.º no indicador de dormidas (quota: 0,6%). Em 2023, o mercado chinês registou 187,5 mil hóspedes (var.23/22: +175,5%) que geraram 349,4 mil dormidas (+123,4%). Destaca-se como o 22.º mercado em termos de receitas turísticas com 112€ milhões (quota: 0,4%), registando um aumento de 73,9% comparativamente ao ano de 2022.
Relatório | Fluxos Turísticos para Portugal
Comparando 2023 com 2019, antes da pandemia, os valores ainda estão muito aquém nos principais indicadores que registam quebras no hóspedes (51,3%), dormidas (42,3%) e receitas turísticas (50,2%).
No indicador dormidas, a Grande Lisboa é o principal destino nacional dos turistas provenientes da China que visitam Portugal (53,7%), seguido do Norte (21,5%), Algarve (8,2%), Península de Setúbal (5,7%), Centro (3.4%), Alentejo (2,6%), Oeste e Vale do Tejo (2,2%), Madeira (1,8%) e Açores (0,8%).
Este foi o panorama da procura para Portugal observado no final do ano de 2023:
Perspetivas
As projeções mais recentes do FMI referem que a economia da China regista um crescimento de 5,2% em 2023, não obstante a atual conjuntura internacional ser desfavorável, conflito na Ucrânia e no Médio Oriente, o aumento dos custos energéticos e de outras matérias-primas e bens intermédios. Para o ano de 2024 e 2025 perspetiva-se um crescimento relevante permanecendo sólido, na ordem de 5,0% e 4,5% respetivamente.
De acordo com as estimativas da GlobalData, entre 2024 e 2028, as partidas internacionais dos turistas chineses ao estrangeiro deverão crescer a um CAGR de 6,0%, para chegar a um total de 203,0 milhões de partidas em 2028. Os gastos dos turistas deste país no exterior deverão aumentar a um CAGR de 9,2% para o mesmo período.
Segundo os dados da OAG Scheludes Analyser, tendo por base a temporada de verão de 2024 comparativamente a 2019 para o período entre 1 de abril a 30 de setembro de 2024 foi o seguinte número de lugares aéreos disponíveis da China para os principais destinos europeus: Reino Unido: 800 mil lugares +22,7%); Alemanha: 720 mil lugares (-19,5%); Itália: 430 mil lugares +23,7%); França: 410 mil lugares (-43,4%) e Espanha: 220 mil lugares +49,8%).
Os dados da Forwardkeys relacionados com as reservas indiciam que as previsões de passageiros com origem no mercado da China para Portugal reportadas ao período de agosto de 2024 a janeiro de 2025, deverão registar um acréscimo significativo (+65,7%) face ao período homólogo anterior.
2024 a 2028 - estimativas
Notícias de mercado
China isenta cidadãos portugueses do visto em estadias até 15 dias
A China vai alargar a política de isenção de vistos a cidadãos portugueses em estadias até 15 dias. Portugal passa agora a integrar a lista que abrange outros 16 países europeus. A medida entra em vigor de 15 de outubro até 31 de dezembro de 2025. A integração de Portugal na lista de países que poderão permanecer na China para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias, estando isentos de visto, foi confirmada em comunicado pelo ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. No primeiro semestre de 2024, a China mais do que duplicou o número de turistas estrangeiros, atingindo 14,64 milhões de visitantes internacionais, o que representa um aumento de 152,7% face aos primeiros seis meses de 2023.
China espera que viagens aéreas batam recorde em 2024
No primeiro semestre de 2024, o total de viagens de passageiros no mercado chinês aumentou 9% em relação ao mesmo período de 2019, informou o Conselho de Estado da China. A China espera que as viagens aéreas de passageiros atinjam um recorde em 2024, ultrapassando os níveis anteriores à pandemia. Os voos de passageiros podem atingir os 700 milhões este ano. A projeção para 2024 é superior às 619,6 milhões de viagens aéreas de passageiros registadas no ano passado.
Turistas chineses gastarão 230 mil milhões de euros em viagens internacionais
Os turistas chineses deverão gastar, neste ano de 2024, mais de 230 mil milhões de euros em viagens internacionais, menos que os 862 mil milhões previstos para o mercado interno. Segundo contas feitas pelo World Travel & Tourism Council (WTTC), em parceria com a Oxford Economics, os turistas deverão gastar 1,8 mil milhões de yuans (cerca de 230 mil milhões de euros) em viagens internacionais, correspondendo a mais 10% que o valor registado em 2019. Este valor deverá, contudo, ficar aquém do valor que os chineses deverão gastar no mercado doméstico, já que as estimativas indicam que, em 2024, este deverá ascender a perto de 6,8 biliões de yuans (cerca de 862 mil milhões de euros), o que representa uma subida face à realidade pré-pandémica