COREIA DO SUL
Perfil do mercado
População e caracterização socioeconómica
Coreia do Sul é um país com 51,63 milhões de habitantes em 2022, estimando-se que, em 2025, totalize os 51,45 milhões.
Nesse ano, a Coreia do Sul foi a 13.ª maior economia a nível mundial de acordo com os dados da GlobalData Macroeconomic.
Dimensão e caracterização do turismo para o estrangeiro
Em 2019, a Coreia do Sul tinha registado 29 milhões de viagens, posicionando-se como o 11.º maior mercado emissor de turistas a nível mundial, com uma quota de 1,5% do total da procura turística. O ano de 2020 caracterizou-se por uma acentuada crise mundial no Turismo, decorrente da pandemia causada pela Covid-19. A Coreia do Sul registou 4 milhões de viagens internacionais, uma quebra de 85,1% face a 2019, posicionando-se no 16.º lugar no contexto mundial.
Observou-se um decréscimo acentuado na ordem de 71,4% em 2021, invertendo-se este comportamento negativo em 2022, com um aumento significativo de 297,7%, mas ainda 83,1% abaixo de 2019. Em 2022, este país ocupou o 32.º lugar no ranking dos mercados emissores (quota: 0,6%).
Em 2022, nos fluxos de outbound da Coreia do Sul, os EUA ocupam a 1.ª posição (quota: 18,2%), seguindo-se Vietname (15,9%), Tailândia (9,3%), Filipinas (8,5%) Singapura (3,4%), Taiwan (3,2%), Japão (2,6%), Alemanha (2,0%), Guam (2,3%) e Malásia (2,0%). Portugal fica na 22.ª posição, com uma quota de 0,4%. De salientar que a Ásia Pacífico totalizou 57,8% do total dos turistas sul coreanos que viajaram para o exterior, enquanto que a Europa concentrava uma quota de 18,5%.
O número de passaportes dos cidadãos sul coreanos equivale a 58,7% da população total (30,3 milhões), segundo dados do Ministério de Assuntos Exteriores do País, um mercado muito promissor.
Cerca de 96,7% das viagens ao exterior realizadas pelos turistas sul coreanos foram por via aérea e 3,3% através de viagens marítimas; a estada média no estrangeiro foi de 10,2 dias; e o tipo de viagem era sobretudo em grupo (40,2%), individualmente (20,9%), casais (20,5%) e famílias (18,4%). Ao nível da faixa etária, a mais representativa era a dos 35 aos 49 anos (quota 33,7%) seguida dos 15-24 anos (24,8%) e dos 25-34 anos (24,1%).
Em 2022, a motivação Lazer concentrou 75,6% do total das viagens dos residentes da Coreia do Sul ao estrangeiro (inclui Lazer e Visit Friends and Relatives), os negócios totalizaram uma quota de 19,9% e outros motivos os restantes 4,5%.
Em termos globais de sazonalidade, as deslocações dos residentes sul coreanos ao estrangeiro, distribuem-se em: época alta (julho a setembro) com 27,2%, época baixa (janeiro, fevereiro, março, novembro e dezembro) com 40,9% e a época média com 31,9%.
Os gastos totais ao estrangeiro por parte dos turistas sul coreanos no estrangeiro diminuíram consideravelmente em 2020 devido à pandemia, observando-se uma quebra anual de 80,9% face a 2019. Registou-se um novo decréscimo no ano seguinte de 70,4%, tendência invertida em 2022, onde se registou um crescimento expressivo na ordem de 252,4%, mas ainda aquém do ano de 2019 (-80,1%).
Em 2019, a Coreia do Sul ocupou a 10.ª posição mundial, com uma quota de 2,2%. Em 2022, este mercado recuou 2 lugares, passando para a 12.ª posição (quota: 1,9%).
Os gastos no exterior com o Transporte registaram a quota de mercado mais elevada (37,2%), seguido dos gastos com o Retalho (21,5%), Alojamento (13,9%) e Restauração (7,4%). O gasto médio diário no exterior de viagem foi de 141,4,3 USD.
Dimensão do mercado em Portugal
Em 2022, a Coreia do Sul posicionou-se como o 35.º mercado turístico da procura externa para o destino Portugal aferido pelo indicador dormidas (quota 0,2%) e ocupou o 28.º lugar para o indicador hóspedes (0,4%).
Nesse ano, as dormidas dos turistas provenientes da Coreia do Sul em Portugal registaram um acréscimo de 493,7% e os hóspedes um aumento de 741,3% face ao ano anterior, totalizando 112,1 mil de dormidas e 58,9 mil de hóspedes, respetivamente.
Relatório | Fluxos Turísticos para Portugal
Observa-se igualmente um acréscimo nas receitas turísticas em 2022, na ordem dos 454,9% face a 2021, que se situaram em 30 milhões de euros, posicionando-se no 39.º lugar com uma quota de 0,1%.
Comparando 2022 com 2019, antes da pandemia, os valores estão aquém nos indicadores hóspedes (-71,3%), dormidas (-64,8%) e receitas turísticas (-53,1%).
No indicador dormidas, a Área Metropolitana de Lisboa é o principal destino nacional dos turistas provenientes da Coreia do Sul que visitam Portugal (45,1%), seguido do Norte (29,6%) e Centro (17,8%).
Este foi o panorama da procura para Portugal observado no final do ano de 2022:
Perspetivas
As projeções mais recentes do FMI referenciam que a economia sul coreana registará um crescimento de 3,1% em 2023, não obstante, a atual conjuntura internacional ser desfavorável, com o conflito na Ucrânia, o aumento dos custos energéticos e de outras matérias-primas e bens intermédios. Para 2024 perspetiva-se um crescimento inferior, na ordem de 1,3%.
De acordo com as estimativas da GlobalData, entre 2023 e 2027, as partidas internacionais dos turistas sul coreanos ao estrangeiro deverão crescer a um CAGR de 19,3%, para chegar a um total de 35,2 milhões de partidas em 2027.
Os gastos dos turistas deste país no exterior deverão aumentar a um CAGR de 23,3% para o mesmo período. De referir o turismo deste país só reabriu em meados de 2022, em sintonia com os mercados asiáticos e ao contrário dos outros continentes. No entanto, foi dos mercados asiáticos aquele que levou menos tempo a reagir às restrições fronteiriças e ausência de voos.
O número de turistas sul coreanos a viajar ao estrangeiro ascendeu a 6,5 milhões nos quatro primeiros meses de 2023, que equivale a uma variação homóloga positiva superior a 900%, mas ainda 36% aquém dos valores recorde de 2019 (Organização do Turismo na Coreia).
Notícias de mercado
Japão é o destino de viagens mais popular para os coreanos durante o Chuseok
A Booking.com fez uma pesquisa sobre os alojamentos que os coreanos reservaram no seu website durante o feriado de Chuseok e descobriu que três dos cinco destinos mais populares estão no Japão: Tóquio em primeiro lugar, Osaka em terceiro e Fukuoka em quarto. Os outros destinos são Paris, em França, e Roma, em Itália.
Coreia do Sul atrai cada vez mais turistas dos EUA e da Europa
De acordo com a Organização de Turismo de Seul, os turistas asiáticos ocupavam 81% de todos os turistas recebidos antes da pandemia de coronavírus em 2019, a maioria deles da China e do Japão. Os turistas chineses representaram 34,4% ou mais de um terço de todos os turistas estrangeiros. Mas este ano a proporção de turistas dos EUA e da Europa aumentou significativamente, enquanto a de turistas asiáticos diminuiu para cerca de 71%.
A Coreia do Sul recebe com agrado o reinício das viagens de grupo da China
Pela primeira vez em mais de seis anos, a China voltou a incluir oficialmente a Coreia na lista de destinos para grandes grupos turísticos. O Ministério da Cultura e do Turismo da China informou que as viagens de grupo são agora autorizadas em 78 países, depois da ameaça global da COVID ter diminuído. Inicialmente, a China não permitiu viagens de grupo para a Coreia, o Japão e os EUA, que foram excluídos devido às tensões geopolíticas. O levantamento da proibição é uma boa notícia para algumas indústrias na Coreia, como os centros comerciais duty-free, que costumavam depender quase inteiramente do turismo de massas chinês.