A Euromonitor divulgou o seu mais recente relatório sobre as perspetivas de evolução para o setor de viagens e turismo, bem como das inovações capazes de robustecer a atividade.

O setor apresentou um crescimento acima do esperado durante o corrente ano, mas não de forma uniforme entre as diferentes regiões mundiais. As regiões e os países que mais cedo e de forma consequente reabriram as fronteiras ao turismo internacional foram os que mais recuperaram, enquanto que a Ásia-Pacífico, com especial enfoque na China, viram a sua reabertura muito retardada devido à persistência de surtos de Covid-19 e a Rússia, em virtude da guerra coma Ucrânia, foram os mais negativamente atingidos, quer enquanto mercados de destino, quer como emissores de turistas para outras regiões mundiais.

Apesar do crescimento do setor ao longo de 2022, são várias as ameaças à continuação desta tendência em 2023. A inflação que se faz sentir a nível internacional, devida em grande parte ao aumento dos custos da energia, nas suas diferentes formas, das matérias-primas industriais e dos bens alimentares, terá sérias consequências nos orçamentos familiares, criando situações de menor capacidade para realizar gastos não essenciais. Adicionalmente, as empresas do setor estão a ser afetadas por um elevado nível de carência de mão de obra que tem reflexos nos seu custo de operação, o que a ser refletido nos preços ao consumidor, acabará por fazer aumentar ainda mais os preços.

Uma temática cada vez mais associada ao setor é a sustentabilidade. Mas para além da retórica habitual sobre a preocupação com a preservação dos valores ambientais, com o bem-estar das comunidades locais, com simples reciclagem ou reutilização de materiais, importa dar o passo em frente e aqui importa tentar aferir o grau de adesão dos potenciais viajantes, percecionando o grau de predisposição para assumir custos adicionais para adquirir produtos ou serviços mais sustentáveis. No inquérito realizado pela Euromonitor cerca de 60% dos entrevistados mostram-se disponíveis para suportar algum aumento de custos para terem a garantia de estarem a consumir de forma mais sustentável.