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Long-Haul Travel Barometer 3/2025

Para o outono-inverno de 2025, as intenções de visitar a Europa mantêm-se estáveis em comparação com 2024, mas com diferenças entre mercados.

Pedro Pereira
European Travel Comission
09 outubro 2025

A ETC – European Travel Commission divulgou recentemente a terceira vaga de 2025 (setembro-dezembro), dos resultados do seu barómetro de viagens Long-Haul, num dos seus recentes inquéritos com periodicidade quadrimestral. Os mercados-alvo deste estudo são: Austrália, Brasil, Canadá, China, Japão, Estados Unidos da América e Coreia do Sul. A amostra é constituída por 1.000 entrevistas online a potenciais viajantes, considerados representativos em cada um dos mercados. Anualmente serão analisados três horizontes temporais de viagem: janeiro-abril; maio-agosto e setembro-dezembro.

Este novo barómetro pretende, em cada momento, avaliar:

  • As intenções de viajar para fora da sua região de residencial habitual;

  • As preocupações e dificuldades relativamente às viagens;

  • Os critérios relevantes para a seleção dos destinos de viagem;

  • As preferências de viagem no que respeita aos destinos, tipo de experiências e modos de transporte.

Principais resultados:

Tendo por base 7.121 entrevistas, a intenção de realizar viagens internacionais com destino à Europa, no outono-inverno de 2025, é menor do que o verificado no período homólogo de 2024, em 4p.p.

  • N.º de respostas indicando predisposição para viagens de longa distância para a Europa: 2 808 (38%);

  • N.º de respostas indicando predisposição para viagens de longa distância sem ser para a Europa: 1 1151 (16%);

  • N.º de Respostas indicando uma não predisposição para viagens de longa distância: 3 162 (45%)

Os resultados obtidos permitem estimar uma redução de 4p.p. face à época homóloga de 2024. Apesar disso, mais de metade (55%) dos entrevistados planeiam viajar no período considerado. Em alguns mercados aumentou de modo significativo a predisposição para evitar viagens de longo curso, refletindo preocupação com a situação económica, como são os casos da China, do Brasil e do Canadá.

Contudo, as intenções de visitar a Europa mantêm-se praticamente estáveis em comparação com o ano passado, embora se registem diferenças entre mercados. O interesse pela Europa enquanto destino de viagem mantém-se estável ou mesmo em alta nos EUA e na Coreia do Sul. Em contrapartida, o entusiasmo entre os viajantes chineses, historicamente o mercado de viagens de longa distância mais ávido da Europa, diminuiu significativamente, com uma queda de 14 pontos percentuais em relação ao ano anterior, embora o seu interesse continua a suplantar todos os restantes mercados. Pelo contrário, os viajantes japoneses continuam a ser os mais relutantes em procurar a Europa como destino de viagem.

Os aspetos identificados como mais relevantes para a não realização de viagens para a Europa nos próximos meses, nos principais mercados, incluem:

  • Elevados custos das viagens. Este é o aspeto mais relevante, sendo referido por praticamente metade dos inquiridos (49%). É particularmente destacado entre os viajantes mais novos (61%), embora atinja todas as faixas etárias. O mercado mais sensível é o Brasil (67%) e o menos sensível a China (38%);

  • A preferência por viagens domésticas preferidas pelos viajantes com mais de 50 anos e especialmente entre australianos e japoneses. Estas escolhas privilegiam o conforto e a familiaridade com o destino, bem como a adoção de comportamentos mais cautelosos do ponto de vista financeiro;

  • Relativamente aos mercados asiáticos, também os reduzidos períodos de férias são um fator considerado;

  • A preocupação com o arrastamento da situação de conflito na Ucrânia e no Médio Oriente;

  • Uma pequena parte invoca razões de natureza ambiental, preocupados que estão com a pegada de carbono associada a voos de longa distância.

Na preparação das suas deslocações para a Europa, os viajantes dos mercados auscultados preferem adquirir pacote completos, incluindo voos, alojamento, alimentação, entradas em atrações, etc. (39%), seguido pela reserva das várias componentes, junto de diferentes fornecedores (32%) e recorrer à reserva de parte dos serviços junto de operadores turísticos (32%).

Um outro aspeto em destaque neste relatório é a identificação dos países potencialmente alvo da preferência dos viajantes não europeus para o próximo outono. Neste ponto a França e a Itália lideram as preferências. Portugal continua, solidamente, a fazer parte do Top-10 de preferências (é 7.º), concentrando cerca de 16% das preferências destes viajantes.

Os destinos europeus são reconhecidos por oferecem elevados níveis de segurança, atrações icónicas e bons equipamentos e infraestruturas, que se espera venham a constituir fatores de atração para viajantes estrangeiros durante 2025, ainda mais do que em anos anteriores.

Os marcos culturais e arquitetónicos continuam a ser o principal atrativo para os viajantes de outros continentes que procuram a Europa, sendo responsáveis pela procura de 44% dos inquiridos. Logo atrás, estão as atrações urbanas (43%), como praças icónicas e ruas comerciais, e o património natural (42%). Estes resultados refletem um equilíbrio de interesses na história da Europa, das suas cidades vibrantes e das suas paisagens naturais.