Publicação
Attitudes of Europeans towards tourism | 2021
Para a realização deste Eurobarómetro foi constituída uma amostra representativa de cidadãos com 15 anos ou mais em cada um dos 27 Estados-Membros da União Europeia. O questionário foi implementado entre os dias 18 e 28 de outubro de 2021. Foram realizadas mais de 25.000 entrevistas telefónicas. Os resultados obtidos foram considerados em duas dimensões, uma considerando o conjunto dos países membros e outra de âmbito mais restrito, focalizada nas respostas de cada país.
Os tópicos abrangidos foram:
- Comportamento em viagem - incluindo frequência de viagens, preferências de alojamento e o impacto da pandemia de COVID-19 no comportamento em viagem;
- Canais de reserva preferidos e fontes de informação consultadas para o planeamento e preparação da viagem;
- Principais motivos para selecionar um destino;
- Opiniões e informações sobre viagens sustentáveis, incluindo a facilidade de encontrar informações relacionadas à sustentabilidade ou acessibilidade e a preparação para mudar hábitos de viagem de modo a ser mais sustentável.
Comportamento em viagem
Frequência de viagem
- Antes da pandemia a maioria dos cidadãos da UE viajava por lazer ou trabalho. Oito em cada dez entrevistados afirmaram que o faziam "várias vezes por ano" (43%) ou "uma ou duas vezes por ano" (37%);
- A percentagem de ‘viajantes frequentes’ varia substancialmente entre os Estados-Membros da UE. A proporção de entrevistados que, antes da pandemia COVID-19, viajavam por motivos de trabalho ou lazer "várias vezes por ano” varia entre os 29% em Portugal e os 77% na Eslováquia;
- Os inquiridos que afirmaram mais viajar antes da pandemia eram os naturais de países do Este e do Norte da Europa;
- A estratificação sociodemográfica, demonstra que os homens viajam mais do que as mulheres e que as faixas etárias que mais viajam são as compreendidas entre os 25-39 e 40-54 anos.
Preferências de alojamento
- Quanto às preferências de alojamento os europeus declaram a sua preferência pela hotelaria tradicional (67%), seguida pelo alojamento local (33%) e pela estadia em casa de amigos ou familiares (30%);
- Alguns dos principais mercados emissores para Portugal, como sejam a Alemanha e a Espanha e os mercados do Norte da Europa, estão entre os que mais afirmam procurar a hotelaria tradicional.
Impacto da covid-19 no comportamento em viagem
- Quase oito em cada dez cidadãos da UE (76%) espera que a pandemia COVID-19 tenha algum tipo de efeitos de longo prazo no seu comportamento de viagem, enquanto 21% não esperam efeitos de longo prazo;
- Os entrevistados mostram-se particularmente atentos às questões de saúde e segurança (49%);
- Outro aspeto considerado é a escolha de próximos destinos, com uma elevada percentagem a admitir preferência por destinos domésticos (38%) e menos viagens internacionais (34%);
- A possibilidade “Mais atenção ao impacto do turismo nas comunidades locais” é mencionada apenas por 28% dos entrevistados como um impacto esperado da pandemia no comportamento de viagem, enquanto 19% preveem que mudará o modo de transporte escolhido até ao destino;
- Relativamente a todas as questões anteriores a resposta dos portugueses inquiridos foi bastante menor do que a média dos europeus, o que significa uma predisposição inferior para alterar hábitos de viagem.
Canais de reserva preferidos e fontes de informação consultadas para o planeamento e preparação da viagem
Preferência por canais de reserva
- Ao organizar as suas viagens, os cidadãos da UE são bastante propensos a utilizar os canais de reserva online;
- Os entrevistados costumam utilizar plataformas online para serviços de alojamento, seguido das que permitem a combinação de serviços de viagens (alojamento, aluguer de automóveis, voos, etc.), 31% e 25% dos entrevistados usam esses dois métodos, respetivamente;
- Métodos off-line "tradicionais" para organizar atividades de viagens e turismo continuam a ser importantes: 43% dos continuam a preferir reservar com recurso a agências de viagens ou junto de escritórios de empresas de transportes;
- Neste aspeto específico as respostas dos portugueses estão em linha com a média europeia;
- Como expectável existe uma correlação direta entre a opção por reservas online ou por métodos tradicionais com os grupos etários. Os mais idosos utilizam mais os meios tradicionais, enquanto os mais jovens preferem declaradamente a utilização de plataformas online.
Fontes de informação preferidas
- Mais da metade dos entrevistados (56%) confia em “recomendações de amigos, colegas ou familiares”, o que torna esta, de longe, a fonte de informação mais importante. Em segundo lugar vem a “Experiência pessoal” (37%), seguida por “sites que recolhem avaliações e classificações de viajantes” (34%);
- Recomendações de amigos, colegas ou familiares é a fonte mais frequentemente mencionada de informações ao fazer planos de viagem em 23 dos 27 Estados-Membros da EU;
- Nota para alguns dos principais mercados emissores para Portugal, como a Alemanha ou a Bélgica em que a “experiência pessoal" é a principal fonte de informação mencionada;
- Na Irlanda, os entrevistados são mais propensos a mencionar sites de recolha de comentários e avaliações de viajantes como a fonte mais importante de informações;
- As “recomendações de amigos, colegas ou familiares” são particularmente importantes na Suécia, com 78% dos entrevistados a referirem esta fonte.
Principais motivos para selecionar um destino
- O que leva os cidadãos da UE a decidir que destino visitar? Em geral, os três aspetos mais importantes em que os cidadãos da UE baseiam a sua decisão, todos têm um peso aproximado: “ofertas no destino” (44%), “o preço de toda a viagem” e “o ambiente natural no destino”, ambos 43%;
- Seguidamente, posiciona-se um conjunto doutros três fatores que incluem “atividades disponíveis no destino” (30%), a “acessibilidade dos serviços e atividades para todos” (24%) e as “informações claras sobre as diretrizes de saúde e segurança” (20%);
- Os aspetos relacionados com as questões da sustentabilidade como sejam a “promoção de práticas ecológicas no destino”, o “destino pode ser alcançado por meio de transporte de baixo impacto”, ou a “população local está envolvida em atividades turísticas” são ainda pouco consideradas pelos europeus na tomada de decisão quanto ao destino das suas viagens.
Opiniões e informações sobre viagens sustentáveis
Predisposição para mudar hábitos de viagem para ser mais sustentável
- A grande maioria dos cidadãos da UE (82%) afirma estar preparada para mudar, pelo menos, alguns dos seus hábitos de viagem sejam mais sustentáveis, mas 15% dizem que não estão preparados para o fazer;
- As ações que os entrevistados estão mais dispostos a realizar são consumir produtos de origem local nas férias (55%), reduzir o desperdício durante as férias (48%), viajar fora da época alta (42%) e viajar para destinos menos visitados (41%);
- Cerca de um terço dos entrevistados está pronto para mudar os seus hábitos de viagem e turismo para ser mais sustentável pagando mais, seja para proteger o ambiente natural (35%) ou para benefício da comunidade local (33%);
- Proporções semelhantes de entrevistados estão preparadas para mudar os seus hábitos em viagem, escolhendo opções de transporte com base no impacto ecológico (36%), reduzindo o uso de água em férias (35%), ou contribuindo para atividades de compensação de carbono, como a plantação de árvores (34%).
- Em todos os Estados-Membros da UE, a percentagem de inquiridos que está preparada para mudar, pelo menos, alguns dos seus hábitos de viagens e turismo para serem mais sustentáveis estão sempre acima de dois terços.
Facilidade de encontrar informação relacionada com sustentabilidade ou acessibilidade
- Quão fácil é para o cidadão comum da UE encontrar informações relacionadas à sustentabilidade ou acessibilidade ao fazer planos de viagem? Isso varia substancialmente dependendo do tipo de informação considerado;
- A maioria dos entrevistados acha que é fácil encontrar informações sobre a adequação do destino ou atrações para crianças (64%), como envolver-se em atividades locais autênticas (64%), o abastecimento de base local de alimentos em restaurantes (57%) ou atividades de turismo ecológico no destino (56%);
- Uma minoria dos entrevistados acha que é bastante fácil obter informações sobre a acessibilidade do destino para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida (39%), compromissos com a sustentabilidade dos destinos (41%), ou certificações de sustentabilidade dos meios de alojamento (46%);
- Os entrevistados acham mais difícil obter informações sobre a pegada de carbono das opções de transporte (48%).