Dados relativos a 2023 indicam que Portugal tem uma população de 10,5 milhões de habitantes, sendo que cerca de 46% é considerada população ativa.

Nesse ano, Portugal posicionou-se como a 49.ª maior economia a nível mundial e a 15.ª a nível da União Europeia. Relativamente ao PIB per capita, o País alcançou as seguintes posições: 41.ª no mundo e 18.ª na UE.

Segundo a Organização Mundial de Turismo, em 2023, Portugal foi o 15.º mercado recetor de turistas e 9.º europeu (26,5 milhões) e o 17.º mercado mundial (e 7.º europeu) em termos de receitas de turismo (25,1€ milhões) e Portugal, no The Travel & Tourism Competitiveness Index 2024 (WEF), ocupa a 12.ª posição do ranking mundial entre 119 países (7.º europeu).

Procura turística dos residentes

Este foi o panorama verificado no final do ano de 2023:

•  Viagens Turísticas Globais

Em 2023, as deslocações turísticas dos residentes atingiram os 23,7 milhões, refletindo uma variação anual de 4,6%, mas ficando ainda aquém dos valores de 2019 (-3,2%), ano antes da pandemia.

A estrutura das viagens dos residentes, por motivos, não teve grandes alterações face ao ano anterior, mantendo-se o Lazer, recreio ou férias como a principal motivação para viajar, justificando mais de metade das viagens, 11,9 milhões (50,1% do total, -0,2 p.p. face a 2022), seguida da visita a familiares ou amigos, que esteve na origem de 9,0 milhões de deslocações dos residentes (38,2% do total, +0,4 p.p. face ao ano anterior).

Comparando com 2019, a estrutura das viagens dos residentes, por motivos, revela algumas alterações, sobretudo pela perda de expressão das realizadas por motivos Profissionais ou de negócios (13,7% das viagens ao estrangeiro em 2023; -1,2 p.p. do que no ano anterior e -7,5 p.p. do que em 2019). Esta redução foi compensada, sobretudo, pelo aumento do peso das viagens de Lazer, recreio ou férias no estrangeiro (68,2% em 2023; +3,1 p.p. do que no ano anterior e +8,5 p.p. do que em 2019).

• Viagens em território nacional

Em 2023, realizaram-se 20,0 milhões de viagens turísticas em território nacional (88,3% do total, 94,2% em 2021 e 87,3% em 2019), o que se traduz num aumento de 21,0% (-6,5% face a 2019). Nesse ano, realizaram-se 20,4 milhões de viagens turísticas em território nacional (86,4% do total, 88,3% em 2022 e 87,3% em 2019), o que se traduz num aumento de 2,4% face ao ano anterior (-4,3% face a 2019).

Na distribuição das viagens turísticas dos residentes em território nacional, o Centro manteve-se como principal destino em 2023 (29,8%; -0,5 p.p.), com 6,1 milhões de viagens, o que representa um aumento de 0,7% face ao ano anterior. A visita a familiares ou amigos continuou a ser a principal motivação das deslocações que tiveram a região Centro como destino (peso de 46,6%, +2,1 p.p.), seguindo-se as viagens para lazer, recreio ou férias (43,0%, +0,2 p.p.).

O Norte destacou-se pelo crescimento expressivo das deslocações dos residentes em território nacional (+13,7%) e continuou a ser o segundo destino nacional mais procurado pelos residentes em 2023 (23,7%), tendo sido a única região a ganhar representatividade nas deslocações dos residentes em território nacional (+2,4 p.p. do que em 2022), captando um total de 4,8 milhões de deslocações. Tal como no Centro, a visita a familiares ou amigos foi a principal motivação das deslocações dos residentes ao Norte do país (49,4%, +0,4p.p. face ao ano anterior). As viagens para lazer, recreio ou férias foram a segunda principal motivação no Norte (39,8%, +1,1 p.p.).

Na estadia média, em 2023, destaque para o Algarve (6,8 dias; 6,9 dias em 2022) que registou a estadia mais longa, os Açores (5,2 dias; 5,2 dias em 2022), Madeira (4,2 dias; 4,8 dias em 2022), Centro (3,3 dias; 3,4 dias em 2022), Alentejo (3,4 dias; 3,2 dias em 2022), Norte (3,0 dias; 3,0 dias em 2022) e Lisboa (2,8 dias; 2,8 dias, em 2022).

Tal como habitualmente, a maior concentração de viagens de residentes ocorreu no 3.º trimestre de 2023, período em que se concentraram 33,9% das deslocações anuais.

Nas deslocações domésticas os residentes gastaram, em média, 164,3 € por turista/viagem, mais 1,1 € que em 2022, mas mais 31,3 € comparativamente a 2019. 

• Viagens ao Estrangeiro

As deslocações para o estrangeiro ganharam representatividade (13,6%, +1,9 p.p. acima do valor de 2022, +1,0 p.p. face a 2019) ao alcançarem 3,2 milhões em 2023 (+21,5%, +4,1% em comparação com 2019).

Em 2023, as deslocações dos residentes para o estrangeiro atingiram 3,2 milhões de viagens, registando um aumento de 21,5% em relação ao ano anterior e superando os níveis de 2019 (3,1 milhões de viagens; +4,1%).

Espanha e França mantiveram-se como principais destinos das deslocações dos residentes ao estrangeiro, representando, respetivamente, 41,6% (+3,2 p.p. face a 2022 e +9,0 p.p. em relação a 2019) e 10,1% (-0,7 p.p. face a 2022 e -2,2 p.p. comparando com 2019) das viagens. Itália continuou a ser o 3.º principal país de destino das deslocações dos residentes (6,9% do total, +0,2 p.p. em comparação com o ano anterior e +0,7 p.p. face a 2019). 
Ainda que perdendo expressão, os quarto e quinto destinos no estrangeiro, preferidos pelos residentes em 2023, foram o Reino Unido (4,3%; -2,0 p.p. face ao ano anterior e -1,6 p.p. do que em 2019) e os Países Baixos (2,8%; -sem alteração face a 2022 e -1,1 p.p. do que em 2019).

Entre as viagens realizadas ao estrangeiro, 79,0% tiveram como destino os países da União Europeia (+0,3 p.p. face a 2022), refletindo um crescimento de 22,0%, ligeiramente acima do aumento da generalidade das viagens para fora do país. Nas deslocações para o estrangeiro, o gasto médio por turista/viagem decresceu -2,1% em 2023 (+17,5% do que em 2019), tendo atingido 736,6 euros.