ITÁLIA
Perfil do mercado
População e caracterização socioeconómica
A Itália tinha, em 2023, 58,82 milhões de habitantes e estima-se que, em 2028, totalize os 58,23 milhões.
Em 2023, a Itália foi a 9.ª maior economia a nível mundial de acordo com os dados da GlobalData Macroeconomic:
Dimensão e caracterização do turismo para o estrangeiro
A Itália posicionou-se como o 8.º maior mercado emissor de turistas a nível mundial, tendo gerado 34 milhões de viagens em 2023, o que representa uma quota de 2,6% do total da procura turística mundial, de acordo com os dados da GlobalData.
Em 2023, as saídas de turistas italianos para o estrangeiro registaram um crescimento de 23,1% face ao ano anterior, após um aumento considerável de 114,8%, em 2022, mas ainda abaixo de valores de 2019, pré-pandemia (-2,6%). Cerca de 82,2% do total dos fluxos de outbound estão concentrados no continente europeu.
Em 2020, o mercado de Itália ocupou a 10.ª posição, correspondendo a 10 milhões de saídas de turistas italianos para o estrangeiro, uma quebra de 70,0% comparativamente a 2019, em resultado da pandemia. Itália em 2019, ocupou o 9.º maior mercado emissor de turistas a nível mundial, tendo gerado 35 milhões de viagens para o exterior (+4,1% face ao ano anterior).
TOP 10 destinos | 2023: França (quota: 21,5%), Espanha (14,3%), Grécia (5,5%), Reino Unido (5,0%), Alemanha (4,4%), Áustria (3,0%), EUA (2,8%), Croácia (2,8%), Portugal (2,4%) e Marrocos (2,2%), de acordo com os dados da Globaldata.
O Norte é a principal área emissora dos turistas italianos que viajam para o estrangeiro, concentrando 62,76% do total de viagens realizado pelos residentes italianos em 2022. O Norte abrange Noroeste (região - Piamonte Vale de Aosta, Lombardia, Ligúria) e o Nordeste (Região – Trentino Alto Ádige, Véneto, Friuli-Veneza Júlia, Emilia Romanha), seguido do Centro com uma quota de 22,1% (região - Toscana, Úmbria, Marcas e Lácio), Sul com uma quota de 9,8% (região – Abruzos, Molise, Campânia, Apúlia e Calábria) e das Ilhas com uma quota de 5,4% (região – Sicília e Sardenha).
Por sua vez, 65,4% das viagens ao exterior realizadas pelos turistas italianos foram por via aérea, 27,5% reportaram a viagens por via terrestre e 7,1% através de viagens marítimas, em 2023.
A estada média no estrangeiro foi de 7,4 dias. Os turistas italianos viajaram em grupo (27,2%), individualmente (25,2%), em família (24,3%) e em casal (23,3%), sendo a faixa etária dos 35 aos 49 anos a mais representativa (quota: 26,6%) seguida pela faixa dos 50-64 anos (20,7%) e pela dos 25-34 anos (17,8%).
A motivação Lazer nesse ano concentrou 83,0% do total das viagens dos residentes da Bélgica ao estrangeiro (inclui Lazer e Visit Friends and Relatives), a motivação de negócios totalizou uma quota de 12,4%, outros motivos os restantes 4,6%.
Em termos globais de sazonalidade, as deslocações dos residentes italianos ao estrangeiro, distribuem-se em: época alta (julho a setembro) com 40,0%, época baixa (janeiro, fevereiro, março, novembro e dezembro) com 31,2% e a época média com 28,8%.
Portugal posiciona-se no 12.º lugar no total dos fluxos aéreos outbound do mercado italiano (Taxa de crescimento +7,9%; quota de 2,3%;358 577turistas), no período de 30 de outubro de 2023 a 27 de outubro de 2024.
Lisboa posiciona-se no 16.º lugar em termos de ranking de cidades (Taxa de crescimento -1,8%; quota de 1,1%; 173 652 turistas), Porto no 32º lugar (Taxa de crescimento +28,3%; quota 0,8%; 118 262 turistas); Funchal no 144.º lugar (Taxa de crescimento -3,9%; quota de 0,2%; 25 495 turistas) Faro no 173.º lugar (Taxa de crescimento +2,8%; quota de 0,2%; 23 454 turistas, e Ponta Delgada no 208.º lugar (Taxa de crescimento +39,7%; quota de 0,1%; 11 071 turistas).
Neste período, as companhias aéreas que transportaram turistas italianos para Portugal foram: Tap Air Portugal (quota 38,1%), Ryanair (quota 38,0%), Easyjet (13,1%), Wizz Air Malta (5,2%), Lufthansa (1,5%), Sata International (1,2%) e outras (2,9%).
A principal cidade italiana de origem do voo para Portugal foi Milão (quota de 44,9%), seguido de Roma (23,2%), Veneza (10,6%), Bolonha (7,7%), Pisa (3,0%) Nápoles (3,0%), Florença (2,0%), Turim (1,8%) e outras cidades (3,8%).
Quota na motivação de viagem de Lazer do turista italiano em Portugal (98,0%) e em Negócios (2,0%).
O Turista italiano registou uma permanência média de 8,7 noites em Portugal (dados Forwardkeys): 1-3 noites (34,1%), 4-7 noites (39,8%), 2 semanas (14,1%), 3 semanas (4,2%) e mais de 4 semanas (7,8%).
Dimensão do grupo de turistas italianos em Portugal :8,3 visitantes em média | 1 pessoa (18,4%); 2 pessoas (30,6%); 3-5 pessoas (23,2%); 6-9 pessoas (4,8%) e +10 pessoas (22,9%).
Canais de Distribuição na compra de bilhete de avião Direto (73,4%).
Indireto (26,6%) - Tipo de agências de viagens Corporate TA (6,8%); Retail TA (82,6%), Online TA (10,6%).
Em 2023, os gastos totais ao estrangeiro por parte dos turistas italianos registaram um crescimento de 16,4% face ao ano anterior após um aumento de 101,3% em 2022, mas em 2023 já registam um nível superior ao observado em 2019 (+9,4%). Nesse ano o mercado de Itália ocupou a 7.ª posição mundial e a 4.ª no contexto europeu, concentrando uma quota de 2,4%.
Os gastos no exterior com o Alojamento registaram a quota de mercado mais elevada (24,7%), seguido dos gastos com a Restauração (24,5%), Retalho (22,1%), Transporte (18,3%), Animação (7,0%), Intermediação Agências de viagens e operadores (2,3%) e Outros Setores (1,2%) e). O gasto médio diário no exterior foi de 166,3 USD.
Dimensão do mercado em Portugal
Em 2023, a Itália posicionou-se como o 9.º mercado turístico da procura externa para o destino Portugal aferido pelo indicador dormidas (quota 3,6%) e ocupou o 7.º lugar para o indicador hóspedes (quota 4,5%).
Nesse ano, as dormidas dos turistas provenientes da Itália em Portugal registaram um acréscimo de 21,2% e os hóspedes um aumento de 22,5% face ao ano anterior, totalizando 1,957,4 mil dormidas e 824,0 mil hóspedes, resultando numa estada média de 2,4 noites.
Relatório | Fluxos Turísticos para Portugal
Observa-se igualmente um acréscimo nas receitas turísticas em 2023, na ordem dos 27,5% face ao ano de 2022, que se situaram em 676,5 milhões de euros, posicionando-se no 10.º lugar (quota: 2,7%).
Comparando 2023 com 2019, antes da pandemia, os valores já são superiores nos principais indicadores: hóspedes (+14,1%), dormidas (+14,8%) e receitas turísticas (+42,3%).
No indicador dormidas, a Grande Lisboa é o principal destino nacional dos turistas provenientes de Itália que visitam Portugal (44,4%), seguida do Norte (18,5%), Algarve (13,6%), Madeira (7,1%), Oeste e Vale do Tejo (5,2%), Centro (4,0%), Açores (3,6%), Alentejo (2,4%) e Península de Setúbal (1,1%).
Este foi o panorama verificado no final do ano de 2023:
Perspetivas
Os dados mais recentes do FMI referem que a economia da Itália registou um crescimento de 0,9% em 2023, em resultado da atual conjuntura internacional ser desfavorável, conflito na Ucrânia, Guerra do Médio Oriente (Israel–Hamas) o aumento dos custos energéticos e de outras matérias-primas e bens intermédios. Para o ano de 2024 e 2025 perspetiva-se um crescimento similar, na ordem de 0,7%.
De acordo com as estimativas da GlobalData, entre 2024 e 2028, as partidas internacionais dos turistas italianos ao estrangeiro deverão crescer a um CAGR de 5,8%, para chegar a um total de 48,1 milhões de partidas em 2028. Os gastos dos turistas deste país no exterior deverão aumentar a um CAGR de 92% para o mesmo período.
Segundo as estimativas da OAG Scheludes Analyser, tendo por base a temporada de verão de 2024 comparativamente a 2023 para o período entre 1 de abril a 30 de setembro de 2024, prevê-se o seguinte número de lugares aéreos disponíveis da Itália para os principais destinos europeus: Espanha: 6,7 milhões de lugares (+13,8%), Reino Unido: 5,1 milhões (+6,1%), França: 4,8 milhões (+7,58%), Grécia: 2,1 milhões (+12,1%), Portugal 1,0 milhões (+5,6%), e Turquia: 950 mil (+13,5%).
Os dados da Forwardkeys, as previsões dos voos em termos de passageiros com origem no mercado italiano para Portugal reportadas ao período de outubro de 2024 a março de 2025, apontam para um acréscimo de 13,2% face ao período homólogo anterior.
2024 a 2028 - estimativas
Notícias de mercado
Turismo em Itália, os números excelentes, mas o aumento dos preços é um problema
Existe um mercado turístico internacional com números recordes, 60 milhões de chegadas estimadas este ano, e depois há o mercado interno que sofre com a inflação turística. A Itália registará um crescimento na ordem de 18% nas chegadas internacionais face a 2023 com um verão que registou uma saturação positiva das instalações de alojamento e um agosto em que o país conquistou o 2º lugar entre os concorrentes do Mediterrâneo (de acordo com reservas em plataformas online) com 50% das reservas orientadas para estâncias balneares, 46% para spas e 44% para estâncias de montanha. Milão, Roma e Veneza confirmaram-se mais uma vez como os principais centros de chegada, representando sozinhos 76% do tráfego de entrada
Fraco desempenho do mercado interno
turismo está em franca expansão, mas, entretanto, os analistas fazem soar o primeiro sinal de alarme: prestem atenção à procura interna. Segundo Massimo Deandreis, diretor geral do Srm, centro de pesquisas do Banco Intesa San Paolo, a temporada de 2024 foi recorde. Mas o saldo positivo foi sustentado principalmente pelo incoming, porque o mercado italiano cresceu muito menos. Para os analistas, um mercado que importa e exporta turismo é um mercado estável e maduro. A queda do mercado interno é, portanto, um sinal que não deve ser subestimado. A principal culpa foi o crescimento dos preços, que aumentou mais que a inflação.
Inflação do turismo desacelera, pacotes e transporte caem
A Demoskopika estima uma taxa de inflação do turismo para setembro em diminuição na ordem dos 1,3% numa base mensal e um crescimento de 3,8% numa base anual, face aos +4,6% do mês anterior. Os preços dos pacotes de férias diminuem de forma tendencial (de 23,2% para 13,0%) e dos serviços de transporte (de +0,4% para -1,8%) verificando-se uma contração mais do que significativa na dinâmica de preços do transporte aéreo de passageiros (- 8,6%). Por último, registou-se também uma contração no desempenho dos serviços de alojamento e restauração (de 4,4% para 4,0%). A contração dos serviços recreativos e culturais foi menos significativa (-1,3%). Os serviços de hotelaria e restauração contrariaram a tendência (+0,8%).