ÍNDIA
Perfil do mercado
População e caracterização sócio-económica
Em 2023, a Índia tinha 1.428,6 milhões de habitantes e estima-se que em 2028 sejam 1.491,7 milhões.
Em 2023, a Índia foi a 5.ª maior economia a nível mundial, de acordo com os dados da GlobalData Macroeconomic.
Dimensão e caracterização do turismo para o estrangeiro
Em 2019, a Índia foi o 13.º maior mercado emissor de turistas a nível mundial, com 27 milhões de viagens (+2,4% face ao ano precedente; quota: 1,8% do total da procura turística mundial). Em 2020, registou-se uma quebra de 72,9% em resultado da pandemia, e consolida-se esta tendência no ano seguinte, embora em menor grau, observando-se um decréscimo de 12,1%, em 2021. Este comportamento negativo inverteu-se, em 2022, com um aumento significativo de 172,8%, que se consolidou em 2023 com um crescimento de 54,1% face a 2022 e semelhante ao nível registado em 2019 (+0,03%).
Em 2023, a Índia ocupou o 10.º lugar no ranking dos mercados emissores concentrando uma quota de 3,1%.
TOP10 | fluxos outbound da Índia - 2023: os Emirados Árabes Unidos ocuparam a 1.ª posição, concentrando uma quota de 13,9%, seguem-se Tailândia (6,4%), EUA (6,4%), Arábia Saudita (6,0%), Kuwait (6,0%), Singapura (3,0%), Malásia (2,6%), Reino Unido (2,1%), Bahrain (1,8%) e Austrália (1,5%). Portugal posicionava-se no 34.º lugar a nível mundial e no 9.ª no contexto europeu (quota: 0,3%).
A Ásia Pacífico concentrou 45% do total dos turistas indianos que viajam para o exterior, o Médio Oriente 34%, a Europa 11%, a América do Norte 6% e África 4%. Nova Deli, Bombaim, Cochim e Calecut, são as principais cidades emissoras de partidas dos turistas indianos para o estrangeiro, e concentram uma quota de 27%, 17% e 11% e 8% do total de saídas, respetivamente.
Por sua vez, 98,1% das viagens ao exterior realizadas pelos turistas indianos foram por via aérea, 1,6% reportaram a viagens por via terrestre e 0,3% através de viagens marítimas, em 2023.
A estada média no estrangeiro foi de 8,5 dias. Os turistas indianos que viajam em casais, famílias, individualmente e em grupo concentraram quotas de 33,1%, 32,2%, 17,9% e 16,8% respetivamente, do total das viagens para o estrangeiro.
Nesse ano, a faixa etária dos 50 aos 64 anos é a mais representativa (quota 27,9%) seguida da faixa dos 35-49 anos (20,5%) e da faixa dos 25-34 anos (18,8%).
A motivação Lazer nesse ano concentrou 76,3% do total das viagens dos residentes da China ao estrangeiro (inclui Lazer e Visit Friends and Relatives), a motivação de negócios totalizou uma quota de 15,7% e outros motivos os restantes 8,0%.
Em termos globais de sazonalidade, as deslocações dos residentes indianos ao estrangeiro, distribuem-se em: época alta (julho a setembro) com 25,3%, época baixa (janeiro, fevereiro, março, novembro e dezembro) com 41,4% e a época média com 33,3%.
Os gastos totais ao estrangeiro por parte dos turistas indianos no estrangeiro diminuíram consideravelmente em 2020 devido ao impacto que o COVID-19 teve nas viagens ao exterior. O gasto total registou uma quebra anual de 43,9% face a 2019, registando um novo decréscimo no ano seguinte de 27,8%, invertendo-se esta tendência em 2022, registando um crescimento expressivo na ordem de 124,5%.
Em 2023, os gastos totais ao estrangeiro por parte dos turistas com origem na Índia registaram um crescimento significativo de 52,6% face ao ano anterior, e regista um nível superior ao observado em 2019 (+38,7%). Nesse ano, em termos de gastos turísticos no estrangeiro, o mercado indiano ocupou a 8.º posição mundial com uma quota de 2,2%.
Os gastos no exterior com o Retalho registaram a quota de mercado mais elevada (51,1%), seguido dos gastos com o Transporte (17,9%), da Restauração (15,2%), Outros Setores (6,8%), a Intermediação Agências de viagens e operadores (3,9%), do Alojamento (3,7%) e do Entretenimento (1,4%). O gasto médio diário no exterior de viagem foi de 173,9 USD.
Dimensão do mercado em Portugal
A Índia posiciona-se, em 2022, como o 27.º mercado turístico para o destino Portugal aferido pelo indicador hóspedes (quota de 0,5%) e ocupa o 28.º no indicador de dormidas (quota de 0,4%).
Em 2023, o mercado indiano registou 86,2 mil hóspedes que geraram 202,1 mil dormidas. Estes valores conduziram a acréscimos de 41,3% e 39,8%, respetivamente, face a 2022. Destaca-se como o 35º. mercado em termos de receitas turísticas com um valor de 50€ milhões (quota: 0,2%), registando um aumento de 49,7% comparativamente a 2022.
Face a 2019, antes da pandemia, os valores já são superiores nos principais indicadores hóspedes (+18,9%), dormidas (+27,1%) e receitas turísticas (+47,1%). No indicador dormidas, a Grande Lisboa é o principal destino nacional dos turistas provenientes da Índia que visitam Portugal (56,2%), seguido do Norte (16,4%) e Algarve (13,9%); e em menor escala Oeste e Vale do Tejo (3,5%), Península de Setúbal (2,6%), Centro (2,4%), Madeira (2,4%), Alentejo (1,9%) e Açores (0,7%).
Este foi o panorama da procura para Portugal observado no final do ano de 2023:
Perspetivas
As projeções mais recentes do FMI referem que a economia índia registou um crescimento de 6,7% em 2023, apesar da atual conjuntura internacional ser desfavorável, conflito na Ucrânia, o aumento dos custos energéticos e de outras matérias-primas e bens intermédios. Para o ano de 2024 e 2025 e perspetiva-se um crescimento próximo, na ordem de 6,5%.
De acordo com as estimativas da GlobalData, entre 2024 e 2028, as partidas internacionais dos turistas indianos ao estrangeiro deverão crescer a um CAGR de 6,1%, para chegar a um total de 39,2 milhões de partidas em 2028. Os gastos dos turistas deste país no exterior deverão aumentar a um CAGR de 9,7% para o mesmo período.
Segundo as estimativas da OAG Scheludes Analyser, tendo por base a temporada de verão de 2023 comparativamente a 203 para o período entre 1 de abril a 30 de setembro de 2024, prevê-se o seguinte número de lugares aéreos disponíveis da índia para os principais destinos europeus: Reino Unido: 890 mil lugares (+3,7%); Alemanha: 500 mil (+25,3%); França: 245 mil (+0,7%), Turquia 220 mil (+5,8%) e Itália: 95 mil (+49,8%).
Portugal e Espanha não têm ligações diretas com a Índia, todos os voos para estes países têm pelo menos uma escala na Europa, Turquia e Médio Oriente.
De acordo com as pesquisas de alojamentos da Google Destination Insights reportadas ao 1.º trimestre de 2024 em termos do número de pesquisas nos principais mercados europeus, Reino Unido concentra uma quota de 4,2%, França (2,9%), Itália (2,6%), Turquia (1,9%), Espanha (1,3%) e Alemanha (0,9%).
De acordo com os dados da Forwardkeys, as previsões dos voos em termos de passageiros com origem no mercado indiano para Portugal reportadas ao período de junho a novembro de 2024, apontam para um acréscimo de 16,9% face ao período homólogo anterior.
Os dados da Forwardkeys indicam que no período reportado de 19 de junho de 2023 a 16 de junho de 2024, Portugal posicionou-se como 59.º destino de turistas de outbound do mercado canadiano (Taxa de crescimento +56,7%; quota de 0,1%; 9 711 turistas).
Lisboa posiciona-se no 10.º lugar em termos de cidades (Taxa de crescimento +60,3%; quota de 0,1%; 8 656 turistas). Neste período, as principais companhias aéreas que transportaram turistas indianos para Portugal com escala países europeus e médio oriente foram: Emirates Airline (quota 36,0%), Lufthansa (quota 22,7%) Ethiad Airways (11,2%), Swiss (9,4%) Turkish Airlines (6,0%), Air France (4,5%), British Airways (2,6%), e outros (quota 7,5%).
O Turista indiano registou uma permanência média de 10,9 noites em Portugal: Estadia 1-3 noites (9,9%), 4-7 noites (54,6%), 2 semanas (25,2%), 3 semanas (3,7%) e mais de 4 semanas (6,6%), por sua vez a motivação Lazer concentrou (773%) e os Negócios (22,7%).
A principal cidade de origem dos fluxos turísticos para Portugal foi Mumbai (quota de 35,8%), seguido de Delhi (34,8%), Bengaluru (13,0%), Chennai (6,4%) e outros (10,0%).
2024 a 2028 - estimativas
Notícias de mercado
Mais de 30% dos viajantes indianos optam por visitar destinos no Médio Oriente
Cerca de 70% dos indianos que viajam para o exterior escolhem destinos próximos, um terço viaja para o Oriente Médio. Por sua vez os turistas indianos estão dispostos a gastar até US$ 7 mil em viagens internacionais. Os Emirados Árabes Unidos são o principal destino, seguidos pela Arábia Saudita A Índia é um dos três principais mercados de turismo emissor de crescimento mais rápido – impulsionado pela crescente classe média. Perspetiva-se que o mercado emissor indiano valha US$ 143,5 bilhões anualmente até o final desta década.
O país mais populoso do mundo prepara-se para se tornar uma força turística
A Índia está a afirmar-se como um destino turístico proeminente no panorama global, impulsionada por um crescimento significativo no setor do turismo. O setor do turismo está no centro das atenções, à medida que a Índia vive um verdadeiro “boom” nessa área. De acordo com relatórios recentes, prevê-se que os indianos gastem mais de 42 mil milhões de dólares (38,8 mil milhões de euros) por ano em viagens internacionais até 2024. a Índia é atualmente o destino com maior crescimento no turismo internacional. Embora alguns países recebam um maior número total de turistas, nenhum deles está a registar um crescimento tão rápido como a Índia. Especialistas afirmam que este crescimento está a ser impulsionado por melhorias na infraestrutura e pela expansão do setor de aviação. O crescimento no setor de aviação também é impulsionado pelas companhias aéreas de baixo custo.
Índia pode-se tornar a nova China na reordenação das viagens pela Ásia
O momento é propício para a Índia que surge como um candidato adequado para substituir a China como o maior mercado de origem de viagens no continente asiático. Levantamento de algumas restrições da política rigorosa de Covid-zero na China, principalmente para o turismo doméstico, parece um pouco tarde demais, em um momento em que o resto do mundo convive com o vírus. De acordo com a Booking.com, os turistas indianos emergem como os viajantes mais confiantes da Ásia-Pacífico, com 86% dos indianos a pretenderem viajar nos próximos 12 meses. Um relatório intitulado Viagens e turismo de saída – uma oportunidade não explorada, de Nangia Andersen, refere que as viagens de outbound da Índia ultrapassariam 42 mil milhões US$ até 2024. A Geração Z e os millennials que concentram a maior parcela da população na Índia, constituindo um importante grupo de consumidores, com altos rendimentos disponíveis alavancando a recuperação do setor de turismo. Por outro lado, as viagens de luxo ao exterior estão em alta. Os indianos gastam muito e os destinos perceberam isso. Existem aproximadamente 60 países para os quais os turistas indianos podem viajar sem obter um visto com antecedência e países como o Cazaquistão recentemente e a Malásia de forma limitada estão procurando facilitar regimes de visto mais fáceis.