CHÉQUIA
Perfil do mercado
População e caracterização socioeconómica
Chéquia é um país com 10,53 milhões de habitantes em 2022, estimando-se que, em 2025, totalize 10,56 milhões.
Nesse ano, a Chéquia foi a 48.ª maior economia a nível mundial, de acordo com os dados da GlobalData Macroeconomic.
Dimensão e caracterização do turismo para o estrangeiro
Em 2019, a Chéquia tinha registado 7,1 milhões de viagens, posicionando-se como o 38.º maior mercado emissor de turistas a nível mundial (quota total: 0,4%). O ano de 2020 caracterizou-se por uma acentuada crise mundial no Turismo, decorrente da pandemia causada pela Covid-19. A Chéquia registou 3,4 milhões de viagens internacionais, uma quebra de 59,1% face a 2019.
Observou-se um acréscimo na ordem de 20,9%, em 2021, mantendo-se esta tendência positiva em 2022, com um aumento significativo de 72,3%. No entanto, apresenta ainda um nível muito inferior face ao ano de 2019, na ordem de 16,4%. Em 2022, este país ocupou o 26.º lugar no ranking dos mercados emissores com uma quota de 0,8%.
Em 2022, nos fluxos de outbound da Chéquia para os seus principais destinos, a Itália ocupa a 1.ª posição (quota: 16,3%), seguindo-se Áustria (13,2%), Croácia (11,8%), Hungria (7,9%), Alemanha (7,1%), Eslováquia (6,8%), Polónia (6,2%), Grécia (4,3%), Turquia (3,9%) e Reino Unido (3,4%). Os dados da GlobalData não detalham Portugal, mas segundo dados da OMT relativos aos fluxos de outbound da Chéquia para os seus principais destinos, Portugal posicionava-se na 17.ª posição com uma quota de 0,6% (44,6 mil turistas), em 2019.
O continente europeu abrangeu 92,8% do total dos turistas provenientes da Chéquia que viajam para o estrangeiro. As deslocações em 2022 foram, sobretudo, por via terrestre (63,7%) e aérea (31,6%), sendo que apenas 4,7% se realizaram por via marítima.
A estada média no estrangeiro foi de 6,9 dias. Os turistas da Chéquia que viajam em famílias concentraram uma quota de 30,9%, casais (27,1%), em grupo (25,0%) e individualmente (17,1%) do total das viagens para o estrangeiro.
Nesse ano, a faixa etária dos 35 aos 49 anos é a mais representativa (quota 28,0%), seguida da faixa dos 50-64 anos (23,7%) e dos mais de 65 anos (15,6%).
A motivação Lazer concentrou 90,1% do total das viagens dos residentes da Chéquia ao estrangeiro (inclui Lazer e Visit Friends and Relatives), a motivação de negócios totalizou uma quota de 7,0% e outros motivos os restantes 2,9%.
Em termos globais de sazonalidade, as deslocações dos residentes da Chéquia ao estrangeiro distribuem-se em: época alta (julho a setembro) com quota de 38,5%, época baixa (janeiro, fevereiro, março, novembro e dezembro) com 26,8% e a época média com 34,6%.
Os gastos totais ao estrangeiro por parte dos turistas da Chéquia no estrangeiro diminuíram consideravelmente em 2020 devido à pandemia, observando-se uma quebra anual de 64,7% face a 2019. No ano seguinte, registou-se um acréscimo na ordem de 62,7%, tendência mantida em 2022, observando-se um crescimento relevante de 65,2%, mas ainda aquém ao ano de 2019 (-5,1%).
Os gastos no exterior com o Alojamento registaram a quota de mercado mais elevada (31,6%), seguido dos gastos com o Alojamento (23,1%), Transporte (18,6%) e Retalho (12,1%). O gasto médio diário no exterior de viagem foi de 89,2 USD.
Dimensão do mercado em Portugal
Em 2022, a Chéquia posicionou-se como o 20.º mercado turístico da procura externa para o destino Portugal aferido pelo indicador dormidas (quota 0,7%) e ocupou o 19.º lugar para o indicador hóspedes (quota 0,6%).
Nesse ano, as dormidas dos turistas provenientes da Chéquia em Portugal registaram um acréscimo de 92,8% e os hóspedes um aumento de 101,2% face ao ano anterior, totalizando 319,6 mil dormidas e 97,0 mil hóspedes, respetivamente.
Observa-se igualmente um acréscimo nas receitas turísticas, na ordem dos 101,1% face ao ano de 2021, que se situaram em 93,0 milhões de euros, posicionando-se no 24.º lugar com uma quota de 0,4%.
Relatório | Fluxos Turísticos para Portugal
Comparando 2022 com 2019, antes da pandemia, os valores registaram aumentos nos indicadores hóspedes (+52,6%), dormidas (+56,6%) e receitas turísticas (+69,1%). Nas dormidas, a Madeira é o principal destino nacional dos turistas provenientes da Chéquia que visitam Portugal (50,2%), seguido de Lisboa (17,4%), Norte (11,0%) e Algarve (10,7%).
Este foi o panorama da procura para Portugal observado no final do ano de 2022:
Perspetivas
As projeções mais recentes do FMI referenciam que a economia da Chéquia registará um contração de 0,5% em 2023, em resultado da atual conjuntura internacional ser desfavorável, e principalmente do conflito na Ucrânia, para além do aumento dos custos energéticos e de outras matérias-primas e bens intermédios. Para 2024 perspetiva-se já um crescimento na ordem de 2,8%.
De acordo com as estimativas da GlobalData, entre 2023 e 2027, as partidas internacionais dos turistas da Chéquia ao estrangeiro deverão crescer a um CAGR de 5,2%, para chegar a um total de 11,2 milhões de partidas em 2027. Os gastos dos turistas deste país no exterior deverão aumentar a um CAGR de 8,5% para o mesmo período.
Em termos de evolução para os próximos anos do turismo internacional na Chéquia, as previsões oficiais estimam um aumento significativo do número de noites e um pequeno aumento da duração das viagens.
As viagens ao estrangeiro aumentarão este ano e, a sondagem recente da empresa Ipsos para a Sodexo, indicia que cerca de 65% dos turistas deste país viajarão para o exterior face aos 35% que viajará internamente pelo país.
Notícias de mercado
Praga vê uma retoma gradual do turismo
O turismo representava quase um terço do PIB checo antes da pandemia e os hóspedes finalmente começaram a retornar à capital histórica do país. Mas a guerra na Ucrânia e o COVID-19 significam que as coisas ainda não voltaram ao normal. De acordo com dados do Escritório de Estatísticas da Chéquia, o país recebeu 2,8 milhões de visitantes no 1º. trimestre de 2022, um aumento acentuado em comparação com os meros 280.000 visitantes registados em todo o ano passado. O número de turistas que viajam para Praga de janeiro a março de 2022 foi inferior a metade face ao mesmo período de 2019. Alemanha, que tem sido o maior país emissor de turistas que viajam para Praga nos últimos anos, viu apenas 234.290 pessoas cruzarem a fronteira, em comparação com 407.558 pessoas nos primeiros três meses de 2019. Outros países vizinhos, como Polónia e Eslováquia, também países emissores importantes de turistas amantes de Praga, registou quebras semelhante semelhantes. A pandemia em curso continua nos países asiáticos e faltam os turistas da China, Índia e outros. A guerra na Ucrânia é outro obstáculo. Mais de 130.000 russos visitaram em janeiro-março de 2019, mas não conseguem mais vistos ou voos.
A rota Porto e Praga ligados pela companhia aérea easyJet
A companhia low cost easyJet operou pela primeira vez para Praga, capital da Chéquia através de um voo com partida do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. A ligação entre o Porto e Praga será assegurada por dois voos semanais, às 4ª feiras e sábados. Os voos estão disponíveis até ao dia 29 de outubro de 2022, com tarifas de ida a partir de 41€ por pessoa.
Chéquia levanta todas as restrições inerentes às viagens, mas não se deslumbra ainda um rápido crescimento do setor turístico.
A Chéquia também está entre os países que optaram por uma abordagem mais liberal em relação à pandemia, pois o número de infeções de COVID continua a descer. A partir de 9 de abril, o país deixou de exigir o certificado de vacinação ou teste pré-voo, para as viagens nas suas fronteiras. Ao mesmo tempo, as restrições internas também são praticamente inexistentes. Não há regulamentação de lotação em museus ou restaurantes, enquanto as máscaras não são mais obrigatórias em espaços fechados, bem como no transporte público. Embora os hotéis ainda estejam com apenas 55% dos lucros alcançados em 2019, a variante Omicron afetou o setor apenas parcialmente. Os restaurantes também estão registando um regresso de clientes e, ao contrário dos hotéis, esse setor está apenas a cerca de 24% abaixo dos níveis de 2019. A ocupação dos hotéis ainda está abaixo das expectativas, apesar do cancelamento das restrições de viagem e dos sinais de recuperação, devendo-se em parte à guerra na Ucrânia, bem como da alta inflação. Os aumentos de preços afetaram um total de 68% dos hotéis no país. Quase um terço dos hotéis ainda não aumentaram seus preços, mas terão que dar esse passo até o final de maio, segundo especialistas. A temporada de primavera não começa de forma positiva para os hoteleiros, exceto nos quatro dias da Páscoa, período mais movimentado em quase todos os lugares. A ocupação média dos hotéis em abril não excederá 50%, refere Vaclav Starek, presidente da Associação de Hotéis e Restaurantes (AHR)