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Publicação

abril 04, 2022

O impacto do COVID-19 nos comportamentos dos turistas europeus em relação às viagens aéreas e as consequências para os destinos turísticos | 2022

comportamento do consumidor

O estudo incidiu sobre a forma como as condições de risco derivadas da pandemia de COVID-19 podem afetar, tanto o desejo de viajar, como a intenção de visita dos turistas e, portanto, em diferentes etapas do processo de escolha do destino. Foram analisadas 5.134 milhões de pesquisas de voos e 379 milhões de escolhas de voos durante o ano 2020, para os 17 maiores mercados de origem do turismo europeu.

Um índice não ponderado foi utilizado para medir a variação média para pesquisas e escolhas, para o ano de 2020, em relação ao período base de referência (ano 2019). Este procedimento foi aplicado às viagens aéreas em geral e para Espanha, especificamente. O estudo realizou uma análise de 17 destinos de viagens internacionais a partir dos dois maiores mercados emissores da Europa (Alemanha e Reino Unido). Foram ainda identificados os mercados mais favoráveis à Espanha. As conclusões deste projeto de pesquisa podem ajudar à formação de decisões mais informadas na área do marketing dos destinos turísticos, numa situação de forte incerteza.

Nas últimas duas décadas, as preocupações com a saúde no turismo têm despertado um crescente interesse na literatura académica sobre os impactos relacionados com o turismo. O risco de infeção viral desempenha um papel importante na escolha dos destinos e em comportamentos preventivos de saúde, que incluem evitar a realização de viagens.

A COVID-19 demonstrou que existe pouco conhecimento sobre a forma como os consumidores tomam decisões em condições de risco. Para resolver as lacunas observadas a partir da literatura existente, o presente estudo pareceu ser necessário, uma vez que os destinos turisticos precisam reconsiderar os mercados de origem a segmentar, com base numa melhor compreensão de como os consumidores dos mercados-alvo podem mudar as suas considerações de compra por causa das respetivas perceções de risco. Assim, este estudo visou fornecer evidências empíricas de como as perceções dos viajantes sobre os riscos de saúde associados à Covid-19 se refletem no processo de escolha de um destino. Para isso, as questões de pesquisa propostas são: 1) Quais os mercados que são mais propensos a viajar para o exterior em 2020 (durante a pandemia de COVID-19), em termos de desejos dos seus consumidores e intenções de viajar? e 2) Até que ponto a predisposição para viajar internacionalmente pode mudar o desejo e intenção de viajar? Ao aprofundar as respostas a essas duas questões da pesquisa, questões adicionais poderão surgir, cujas respostas podem orientar o Marketing de Destino.

Aplicado o índice desenvolvido pelos autores, foram listados por ordem de importância relativa, os 17 destinos mais importantes para o Reino Unido e Alemanha. Neste ranking, Portugal ocupou a 12.ª posição em relação a ambos os mercados de origem (ver tabela 1).

Tabela 1 – Ranking de acordo com as pesquisas de voos e índice de escolha, 2020

Durante o período observado e relativamente ao mercado alemão, Portugal ocupou a 3.ª posição, quer em termos de pesquisas de voos, quer das escolhas dos potenciais viajantes, apenas atrás da Croácia e da Grécia (gráficos 1 e 2).

Gráficos 1 e 2 – Pesquisas (a) e escolhas (b) do mercado alemão, em 2020

No mesmo período, mas em relação ao mercado britânico, já as escolhas foram lideradas pela Grécia, seguida pela Turquia, ocupando Portugal a 3.ª posição (gráficos 3 e 4).

Gráficos 3 e 4 – Pesquisas (a) e escolhas (b) do mercado britânico, em 2020

Acreditam os autores que os consumidores identificam os destinos que oferecem mais benefícios pelo menor custo (ou risco). Os benefícios percecionados em função das viagens podem ajudar a explicar por que razão os consumidores têm um desejo latente de viajar e por que continuam a procurar opções de viagem, revelando assim sua intenção de viagem, mesmo em momentos em que os corredores de viagem estão fechados e quando é evidente que a pandemia de Covid-19 aumentou a incerteza e, portanto, a perceção de risco das viagens. Em vez de interpretar tal desejo de viajar durante períodos de risco como uma resposta inadaptada, os autores usaram-no para dar uma contribuição metodológica, desenvolvendo uma ferramenta para prever os mercados mais rentáveis ​​a serem atingidos quando se procura a recuperação económica de um destino turístico. Os autores identificaram mercados específicos que têm uma tolerância de alto risco, e forneceram algum nível de informação sobre por que certos mercados podem ter maior desejo e intenção de viajar do que outros.

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