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Publicação

julho 04, 2023
Pedro Pereira
booking.com , Statista

Alojamento na Europa: verão 2023 – Tendências atuais e futuras

alojamento

O sentimento económico entre os hoteleiros europeus é de grande otimismo, refletindo dois períodos consecutivos de 6 meses de forte crescimento na ocupação e nos preços médios, bem como perspetivas positivas para o futuro. Quase metade das empresas europeias do setor esperam que 2023 seja o ano de maior receita registada.

Em 2022, os turistas regressaram às viagens na e para a Europa. Depois de lutar para se manter em funcionamento durante a pandemia, a indústria europeia do turismo está finalmente em recuperação, com muitos fornecedores de alojamento a desfrutar de um 2022 bastante mais próspero do que nos anos anteriores e mesmo superando consideravelmente as expectativas que estavam criadas. Muitos hoteleiros esperam a continuação do crescimento em 2023.

Mas, apesar do otimismo, os hoteleiros continuam cautelosos com o caminho a seguir. O aumento dos custos de energia e a contínua incerteza macroeconómica são duas das maiores preocupações partilhadas pelas empresas hoteleiras em toda a Europa. No entanto, cada país tem o seu próprio conjunto de condições e desafios, o que significa que não existem soluções políticas únicas como resposta em toda a UE. As perceções dos empresários ajudam a identificar os desafios específicos enfrentados pelos hoteleiros em cada país e a variedade das prioridades para a intervenção de cada governo.

Quando solicitados a comentar sobre o desempenho dos seus estabelecimentos ao longo dos últimos 6 meses, a maioria dos hoteleiros europeus avaliou-o como bom ou muito bom (71%). Este resultado reflete a forte recuperação do setor de alojamento durante todo o ano de 2022 que pode ter ultrapassado todas as expectativas, tendo em conta os dois anos anteriores.

Mais de 75% dos entrevistados da Áustria, Portugal, Países Baixos e países nórdicos indicaram que o desempenho das suas unidades nos últimos 6 meses foi bom ou muito bom, enquanto franceses e gregos se afirmaram menos positivos quanto ao seu desempenho. Apesar dos bons resultados tanto Portugal, como os Países Baixos apresentam uma ligeira retração na sua avaliação, em contraponto com a maior parte dos restantes destinos europeus.

Tanto hoteleiros independentes como as grandes cadeias hoteleiras beneficiaram da retoma de entusiasmo pelas viagens, após dois anos de paragem provocada pela pandemia e a atividade está em recuperação em quase toda a Europa. No entanto, as cadeias aparentam estar a ter um melhor desempenho do que os hoteleiros independentes e ter uma perspetiva financeira mais otimista. Em ambas as situações os desempenhos nos últimos 6 meses forma bastante positivos, embora uma parcela maior das cadeias (81%) tenha relatado resultados mais positivos do que os hotéis independentes. 

As perspetivas económicas para o futuro próximo conheceram melhoras consideráveis em muitos dos destinos europeus durante o último semestre. Com especial incidência em França, na Alemanha, Áustria e Países Baixos. Portugal continua a ser a origem dos hoteleiros mais otimistas sobre o desenvolvimento económico, apesar de serem menos otimistas quanto ao acesso a financiamento e acesso a capital, quando comparados com outros países europeus.

O aumento dos preços da energia causado pela invasão da Ucrânia e a subsequente resolução da Europa em diminuir a dependência do gás russo é atualmente o maior desafio vivido pelos hoteleiros europeus. A esmagadora maioria (86%) dos hoteleiros consultados referiu os custos de energia como sendo o maior desafio que enfrentam. Os hoteleiros estão também preocupados com a situação económica internacional (47%), sobre os encargos com pessoal (46%) e como conseguir contratar e reter capital humano (44%). 

Portugal

Em Portugal, 79% dos inquiridos afirmou que o desenvolvimento dos seus negócios nos últimos 6 meses foi bom ou muito bom, um número significativamente maior do que a média europeia que foi de 70%, mas abaixo dos 85% referidos no inquérito anterior. Essa visão positiva também foi igualmente refletida nas opiniões sobre as taxas de ocupação, com 80% dos hoteleiros portugueses inquiridos a afirmar que aumentaram no último semestre. As perspetivas para os responsáveis dos alojamentos em Portugal também são muito positivas, com mais de metade (65%) esperando uma evolução positiva ou mesmo muito positiva da situação financeira das respetivas empresas.

Apesar das perspetivas positivas, o mercado português ainda enfrenta um conjunto alargado de desafios, designadamente, de natureza fiscal, que é uma reocupação crescente dos hoteleiros portugueses. A competição com outros fornecedores de serviços de alojamento, os custos de pessoal e a aquisição ou retenção do pessoal na atividade são outros dos desafios considerados.

Os hoteleiros portugueses sentem-se menos preparados do que os congéneres europeus no que respeita ao processo de transformação digital, foram ligeiramente menos confiantes sobre a sua preparação para a digitalização, 8% abaixo da média europeia. Uma clara maioria referiu não ter intenção de vir a utilizar ferramentas de inteligência artificial. Além disso, sobre sustentabilidade e descarbonização os hoteleiros portugueses inquiridos afirmam-se menos preparados do que a média europeia, com menos de um terço a acreditar que o seu negócio está preparado para os desafios da sustentabilidade e da descarbonização.

Fonte: Statista e Booking.com

Aceda ao relatório completo: Booking.com European Accommodation Barometer 2023 Summer Edition.