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Publicação

julho 25, 2022
Patrícia Ramos

Portugal abre portas à produção de combustíveis verdes

sustentabilidade

As exigentes metas de descarbonização no setor dos transportes, em particular na aviação, impulsionam a necessidade de construção de um sistema integrado de produção de combustíveis verdes. Nos próximos 20 anos, a procura de combustíveis sustentáveis pode mesmo triplicar nos países com maior consciência e ambição climática, conclui um estudo da consultora McKinsey.

Em Portugal, TAP, GALP e ANA – Aeroportos de Portugal assinaram, dia 22 de julho, uma parceria estratégica que pretende produzir “combustível verde” em larga escala, a partir de resíduos, óleos usados reciclados e outras matérias-primas orgânicas. Para assinalar o acordo realizou-se o primeiro voo abastecido com SAF (Sustainable Aviation Fuel, na sigla em inglês) que fez a ligação entre Lisboa e Ponta Delgada e que reduziu em 35% as emissões totais de CO2.

Elevada competitividade lusa na produção de energia renovável

Um dia antes, a Navigator e a alemã P2X Europe também fecharam um acordo de princípio para a criação de uma joint-venture para produzir SAF destinado à aviação. O projeto “tira partido da elevada competitividade de Portugal na produção de energia renovável (solar e eólica) e do CO2 biogénico gerado pelas bio-refinarias da Navigator que utilizam como recurso as florestas sustentáveis”, refere a Navigator, em comunicado.

A instalação da P2X Portugal no complexo industrial da Navigator na Figueira da Foz “marca um passo fundamental para Portugal e para a Europa no caminho para a construção de um ecossistema totalmente integrado de produção de combustíveis verdes”.

Pagar mais, mas com menos impacto ambiental

Recorde-se que em fevereiro, Portugal assinou a Declaração de Toulouse que defende medidas para um setor aéreo com menor impacto no aquecimento global. Este compromisso conjunto com dimensão internacional, reúne atores públicos e privados do setor aeronáutico e pretende alcançar a neutralidade carbónica até 2050.

A preocupação com a sustentabilidade é partilhada pelos consumidores que se empenham cada vez mais na adoção de comportamentos mais sustentáveis em todas as áreas, mesmo que isso implique mais gastos. Em 2020, um estudo da IBM concluía que sete em cada dez consumidores estavam dispostos a gastar mais 35% em produtos/serviços mais sustentáveis; e mais de metade pretendiam adotar hábitos de compra que permitissem reduzir o impacto ambiental negativo.