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Publicação

janeiro 18, 2023
Pedro Pereira

ETOA: perspetivas para o mercado norte-americano para 2023

EUA canadá

Em 2019, os dois mercados da América do Norte ocupavam posições no Top-10 dos maiores mercados emissores de fluxos turísticos internacionais: EUA (2.º lugar) e Canadá (7.º). Embora o mercado dos Estados Unidos valha, em termos absolutos, cerca de quatro vezes mais do que o mercado canadiano, a verdade é que se tivermos em conta a população residente, torna-se evidente que os canadianos são mais propensos à realização de viagens internacionais. Ou eram, até à pandemia. Os dois mercados, tal como muitos outros, reagiram de forma muitíssimo acentuada à pandemia, embora a recuperação dos EUA esteja a ser muito mais rápida.

Em rigor, a trajetória de recuperação nos EUA já se fez sentir em 2021 e, entre janeiro e setembro de 2022, os resultados estão apenas 21% abaixo do período homólogo de 2019. Já no que respeita ao Canadá, os resultados que se pensavam vir a ser os mínimos históricos em 2020, foram ainda piores em 2021. Estima-se que nos primeiros meses de 2022 os resultados tenham ficado mais de metade (-53%) abaixo de igual período de 2019.

Uma das contingências que tem dificultado a recuperação do mercado de viagens canadiano é o de continuar, ainda que pontualmente, a ter partes do próprio território em lock down devido a surtos de covid-19. Adicionalmente, ainda se mantém a obrigatoriedade de testes PCR para entrada e saída do Canadá, o que, juntamente com a situação anterior, dificulta o desenvolvimento de um ambiente propício à retoma das viagens internacionais.

Para 2023, espera-se que o bom desempenho da economia norte-americana, em situação de pleno emprego e com aparente controlo da espiral inflacionista que se arrastava desde o final de 2021, contribua para que a recuperação conjunta dos dois mercados se verifique já no corrente ano, face aos resultados verificados em 2019.

Entre os fatores mais relevantes e que poderão condicionar a recuperação das viagens internacionais a partir da América do Norte, o mais considerado, a grande distância, é a situação financeira individual/familiar. De facto, toda a conjuntura internacional que vigora no momento, fortemente marcada pela incerteza, em que as pressões inflacionistas ainda agora começam a ser debeladas, o aumento das taxas de juro, a demora na reposição das cadeias de abastecimento internacionais tem exercido uma forte pressão sobre o rendimento disponível das famílias, sendo muito provável, que no momento de pensar na realização de viagens de lazer, muitas delas tenham que fazer opções de redução total ou parcial desta rubrica no seu orçamento.

Para os norte-americanos parece também ter terminado a vantagem cambial de que puderam disfrutar em 2022, em que o dólar superou o valor do euro, tendência, entretanto já invertida e, portanto, uma vantagem para os consumidores oriundos daqueles mercados que desapareceu.

As preocupações relacionadas com a Covid-19 ou restrições de viagens diretamente associadas parecem estar em claro retrocesso nas preocupações destes mercados, que consideram ainda menos, pouco mais do que residualmente, a possibilidade de viajarem menos ou optarem por viagens de proximidade por motivos de proteção do ambiente.

Fonte: ETOA