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Publicação

outubro 27, 2022
Pedro Pereira
Organização Mundial do Turismo

Turismo mundial recupera para 60% dos níveis pré-pandémicos entre janeiro e julho

turismo internacional

De acordo com o último Barómetro Mundial de Turismo da OMT, as chegadas de turistas internacionais quase triplicaram no período de janeiro a julho de 2022 (+172%) em relação ao mesmo período de 2021. Isso significa que o setor recuperou quase 60% dos níveis verificados antes da pandemia. A recuperação constante reflete uma forte procura reprimida por viagens internacionais, bem como a flexibilização ou levantamento das restrições de viagem em muitos destinos internacionais (86 países não tinham restrições relacionadas com a Covid-19, em 19 de setembro de 2022).

Estima-se que 474 milhões de turistas terão viajado internacionalmente no período considerado, em comparação com os 175 milhões nos mesmos meses de 2021. Estima-se que 207 milhões de chegadas internacionais foram registadas apenas nos meses de junho e julho, mais do dobro verificado nos mesmos meses do ano passado. Esses dois meses representam 44% do total de chegadas registadas nos primeiros sete meses de 2022. A Europa recebeu 309 milhões dessas chegadas, representando 65% do total.

A Europa e o Oriente Médio foram as regiões com recuperação mais rápida no período em análise, com as chegadas a atingir, respetivamente, 74% e 76% face aos níveis de 2019. A Europa recebeu quase três vezes mais chegadas internacionais do que nos primeiros sete meses de 2021 (+190%), com resultados impulsionados pela forte procura intrarregional e viajante com origem nos Estados Unidos. A região teve um desempenho particularmente robusto em junho (-21% em relação a 2019) e julho (-16%), refletindo um período de verão com elevada procura. O levantamento das restrições de viagem num grande número de destinos europeus alimentou esses resultados (44 países na Europa não tinham restrições relacionadas ao Covid-19 em 19 de setembro de 2022).

A procura mais forte do que o esperado também criou importantes desafios operacionais e de força de trabalho nas empresas de turismo e infraestruturas, principalmente aeroportos. Além disso, a situação económica, agravada pela guerra na Ucrânia, representa um grande risco de queda da procura. A combinação de taxas de juros crescentes em todas as principais economias, aumento dos preços de energia e alimentos e as perspetivas crescentes de uma recessão global, conforme indicado pelo Banco Mundial, são grandes ameaças à recuperação do turismo internacional até ao final de 2022 e 2023. O potencial para uma possível desaceleração pode ser percebido no último Índice de Confiança da OMT, que reflete uma perspetiva mais cautelosa, bem como nas tendências de reservas que já mostram sinais de crescimento mais lento.

 

A elevada incerteza sobre o ambiente económico incerto parece estar a reverter as perspetivas de regresso aos níveis pré-pandemia, no curto prazo. Cerca de 61% dos especialistas consultados pela OMT, veem, neste momento um retorno potencial das chegadas internacionais aos níveis de 2019 em 2024 ou mais tarde, enquanto aqueles que indicam um retorno aos níveis pré-pandemia em 2023 diminuíram (27%) em comparação com o inquérito realizado em maio (48%). Segundo os especialistas, a conjuntura económica continua a ser o principal fator a pesar na recuperação do turismo internacional. O aumento da inflação e o aumento dos preços do petróleo resultam em custos mais altos de transporte e acomodação, ao mesmo tempo que pressionam o poder de compra e as economias dos consumidores.

Barómetro Mundial de Turismo | janeiro a julho de 2022