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Publicação

junho 25, 2024
Pedro Pereira
booking.com , Statista

Barómetro Europeu de Alojamento 2022 | Booking.com

alojamento

Os empresários do setor do alojamento em Portugal lideram as expectativas atuais e futuras para a sua atividade, no contexto europeu, conclui o Barómetro Europeu de Alojamento (2022) que destaca que o ano passado marcou o regresso dos turistas às viagens na e para a Europa.

Depois de lutar para se manter em funcionamento durante a pandemia, a indústria europeia do turismo está finalmente em recuperação, com muitos fornecedores de alojamento a desfrutar de um 2022 bastante mais próspero do que nos anos anteriores e mesmo superando consideravelmente as expectativas que estavam criadas. Muitos hoteleiros esperam a continuação do crescimento em 2023.

Mas, apesar do otimismo, os hoteleiros continuam cautelosos com o caminho a seguir. O aumento dos custos de energia e a contínua incerteza macroeconómica são duas das maiores preocupações partilhadas pelas empresas hoteleiras em toda a Europa. No entanto, cada país tem o seu próprio conjunto de condições e desafios, o que significa que não existem soluções políticas únicas como resposta em toda a UE. As perceções dos empresários ajudam a identificar os desafios específicos enfrentados pelos hoteleiros em cada país e a variedade das prioridades para a intervenção de cada governo.

Quando solicitados a comentar sobre o desempenho dos seus estabelecimentos ao longo dos últimos 6 meses, a maioria dos hoteleiros europeus avaliou-o como bom ou muito bom (70%). Este resultado reflete a forte recuperação do setor de alojamento durante todo o ano de 2022 que pode ter ultrapassado todas as expectativas, tendo em conta os dois anos anteriores.

Mais de 80% dos entrevistados da Suíça, Portugal e dos Países Baixos indicaram que o desempenho das suas unidades nos últimos 6 meses foi bom ou muito bom, enquanto franceses e gregos foram menos positivos sobre o mesmo assunto. Além disso, os hoteleiros destes dois países foram significativamente mais propensos a indicar que as suas empresas tiveram maus desempenhos, com um em cada seis meios de alojamento franceses (16%) e quase um em cada oito gregos (13%) a afirmá-lo.

Tanto hoteleiros independentes como as grandes cadeias hoteleiras beneficiaram da retoma de entusiasmo pelas viagens, após dois anos de paragem provocada pela pandemia e a atividade está em recuperação em quase toda a Europa. No entanto, as cadeias aparentam estar a ter um melhor desempenho do que os hoteleiros independentes e ter uma perspetiva financeira mais otimista. Em ambas as situações os desempenhos nos últimos 6 meses foram bastante positivos, embora uma parcela maior das cadeias (77%) tenha relatado resultados mais positivos do que os hotéis independentes.

As perspetivas económicas para o futuro próximo são dominadas por um sentimento cauteloso, com apenas 38% dos entrevistados a indicar que esperavam um desenvolvimento positivo da atividade nos próximos 6 meses. Portugal foi a origem dos hoteleiros mais otimistas sobre o desenvolvimento económico apesar de serem menos otimistas quanto ao acesso a financiamento e acesso a capital, quando comparados com outros países europeus.

A crise energética causada pela invasão da Ucrânia e a subsequente resolução da Europa em diminuir a dependência do gás russo é atualmente o maior desafio vivido pelos hoteleiros europeus. A esmagadora maioria (80%) dos hoteleiros consultados referiu os custos de energia como sendo o maior desafio que enfrentam. Os hoteleiros estão também preocupados com a situação económica internacional (48%), sobre os encargos com pessoal (42%) e como conseguir contratar e reter capital humano (43%).

O caso de Portugal

Em Portugal, 85% dos inquiridos afirmou que o desenvolvimento dos seus negócios nos últimos 6 meses foi bom ou muito bom, um número significativamente superior à média europeia: 70%. Essa visão positiva foi igualmente refletida nas opiniões sobre as taxas de ocupação, com 83% dos hoteleiros portugueses inquiridos a afirmar que aumentaram no último semestre. As perspetivas para os responsáveis dos alojamentos em Portugal também são muito positivas, com mais de metade (58%) esperando uma evolução positiva ou mesmo muito positiva da situação financeira das respetivas empresas.

Apesar das perspetivas positivas, o mercado português ainda enfrenta um conjunto alargado de desafios, designadamente, de natureza fiscal, competição com outros fornecedores de serviços de alojamento, custos de pessoal e aquisição ou retenção do pessoal na atividade. Estes são desafios particulares do negócio, mas enquadrados numa conjuntura económica difícil e instável e em que os custos da energia são a maior preocupação.

Os hoteleiros portugueses sentem-se menos preparados do que os congéneres europeus no que respeita ao processo de transformação digital, foram ligeiramente menos confiantes sobre a sua preparação para a digitalização, dez por cento abaixo da média europeia. Quando confrontados com o tema, o que mais preocupa os hoteleiros nacionais são os websites próprios. Além disso, sobre sustentabilidade e descarbonização os hoteleiros portugueses inquiridos afirmam-se menos preparados do que a média europeia, com menos de um terço a acreditar que o seu negócio está preparado para os desafios da sustentabilidade e da descarbonização.

Fontes: Statista e Booking.com

Consulte o relatório completo: Accommodation Barometer 2022